segunda-feira, 20 de abril de 2009

REFLEXÕES ENXUTAS SOBRE O GP DA CHINA E A F1 ATUAL (DEPOIS DO DILÚVIO)



Acompanho a Formula 1 e a vida em geral (esta não apenas pela janela) há muito tempo, e últimamente, sei lá por que, dei de acompanhar blogs e opiniões de leitores de blogs - acho que isso reflete minha curiosidade filosófica sobre os impactos que os eventos midiáticos exercem sobre as vidas e as opiniões das pessoas comuns.
Cada corrida de Formula 1 tem uma dinâmica própria. Quando os campeonatos estão embalados, geralmente na fase européia, com corridas em curto espaço de tempo, poucas oportunidades para modificar ou desenvolver os carros, os pilotos vão de pista em pista, o circo é armado e desarmado, sempre  com uma determinada tendência de resultados. Uma variação aqui, outra acolá, e todos já sabìamos mais ou menos o padrão da coisa. Este ano, apesar do domínio inicial das Brawn, existe um certo ar de incerteza pairando, uma fragilidade da equipe forte, que ainda (por todas as circunstâncias cercando seu surgimento)  não se estabeleceu de "facto e de direito", e essa incerteza foi realçada pela excelente performance da Red Bull Renault na China. Portanto, acabada a corrida na China, que venha o Bahrein e - ainda não há a certeza de um padrão de resultados.
O interessante em relação aos leitores de blogs, é a insistência que alguns têm em distorcer fatos e tentar realçar as coisas apenas pela sua ótica pessoal. Acho isso natural, não me espanta, mas a vida, assim como a Formula 1 não obedece a padrões subjetivos. Um bom piloto vai construindo sua reputação baseada em bons resultados e com isso, adquire créditos num banco de méritos imaginário. Massa ainda tem muito crédito, especialmente pela campanha que ele fez no ano passado. Emerson tinha um caminhão de crédito ao deixar a Mclaren naquele final de 1975, com dois títulos e dois vices nos últimos quatro campeonatos, mas foi gastando tudo a cada corrida em que se arrastava pela pista com o Copersucar. Sua conta recebeu um grande desfalque nas três vezes em que ao menos se classificou para largar em GPs. No final, ainda sobrou bastante crédito e auto estima suficiente para levantá-lo e lhe dar vida nova nos EUA- mas isso porque antes ele era um verdadeiro milionário.
Rubens Barrichello gastou boa parte de seus créditos dando declarações infelizes, gerando expectativas aos torcedores que poucas vezes se confirmaram e principalmente no ano retrasado ao não marcar pontos com a equipe Honda. Sua conta parecia andar no cheque especial faz tempo quando recebeu um sopro de vida, caiu um depósito meio sem querer - a contratação pela Brawn GP em 2009. Até aí tudo bem, e 3 corridas depois ele se encontra em segundo lugar no campeonato, atrás apenas de seu companheiro de equipe (aliás batido por ele no ano passado de forma inequívoca), na minha humilde opinião ele já saiu do cheque especial e tem até uns caraminguazinhos para tomar umas e outras.
O problema é que os torcedores brasileiros são passionais, e ele ao ser contratado - ou recontratado já que pertencia a equipe- pela Brawn GP eliminou as chances de um outro piloto brasileiro, que sem ao menos haver estreado na Formula 1 é considerado por muitos o novo...Senna! Ah sim, seu sobrenome é Senna (na verdade é Lalli que era o sobrenome de seu falecido pai), ele é sobrinho de ninguém mais, ninguém menos que o grande Ayrton, ele será o próximo Dom Sebastião!!!! ( a histórinha de D. Sebastião passou-se em Portugal há muitos séculos, era um rei muito virtuoso que foi à guerra e ao desaparecer, frustrou as expectativas do seu povo, que ainda, de certa forma, o espera para colocar as coisas no lugar)
Nada contra a figura do Bruno Senna que me parece um rapaz bem centrado, um bom piloto, com chances reais de se estabelecer por mérito e luz próprios na categoria máxima e etc. O problema é que Barrichello, gostem ou não os críticos, tem crédito, está fazendo um trabalho decente, especialmente se considerarmos que muitos o davam como morto e enterrado para a Formula 1 há coisa de semanas (acharam inclusive um cock pit na Stock car brasileira para o pobre- eu por mim, iria preferir jogar golfe) - Rubens é o titular de todos os 15 pontos marcados por pilotos brasileiros nesta temporada até agora.
A pressão portanto não tem razão de ser. Se ele é melhor ou pior que Button, primeiro ou segundo piloto, não lhe tira o mérito em absoluto. São coisas de corrida. Agora, se for para colocarmos o Bruno Senna na Formula 1, existem alguns outros pilotos que têm deixado a desejar, e para ficar nos brasileiros, um certo segundo cockpit da Renault me parece bem apetitoso no momento. O problema pode ser um espanholzinho duro de roer justamente nos boxes ao lado.

Um comentário:

Daniel Machado disse...

CEzar, gostei muito de seu blog, vou visita-lo sempre. Obrigado pela visita que você fez ao meu blog, espero contar com sua visita sempre. Parabéns pelo blog. Abraços.