quinta-feira, 24 de maio de 2012

REPOST: NA ESTRADA




O ano de 1983 apresentava-se a mim com o seguinte aspecto: havia saído de minha Ourinhos natal no início de 1980 diposto a correr de automóveis na Inglaterra, sem experiência alguma (nem em kart), quase sem grana e literalmente, sem lenço e nem documento. Dei muita sorte em conhecer pessoas que me ajudaram e com menos de três meses de Londres, já estava trabalhando legalizado num departamento da ONU - IMO. Juntei um dinheirinho e fui fazer a escola de pilotagem internacionalmente famosa "Jim Russell", com resultados animadores. O ano de 1981 me trouxe algumas decepções, pois aluguei carros de Formula Ford para algumas corridas, mas sem treino e sem conhecer os circuitos, além dos carros serem verdadeiras "cadeiras elétricas", nenhum bom resultado aconteceu. O mesmo sucedeu em 1982, e ao chegar em 1983, eu tomei uma decisão drástica: iria parar de gastar dinheiro alugando carros velhos e não competitivos, e iria tentar comprar algum equipamento. Dito e feito.
Além de meu emprego regular na IMO, que pagava legal, mas evidentemente não permitia extravagâncias tais como correr de carros, consegui um emprego num cinema, o ABC Fulham Road, como lanterninha! eu saía da IMO as cinco da tarde, pegava meu carro e literalmente voava para Fulham ( a IMO era do lado de baixo do Rio Tâmisa áquela altura, prédio novo e lindo, inaugurado pela própria rainha, depois conto a história). Tive vários carros de rua durante o tempo que morei na Inglaterra. Sempre dei preferência para modelos médios/grandes, pois tinha que rebocar carros de corrida, sou meio grandão, etc.
Bom, na IMO eu trabalhava com um iuguslasvo, Zoran, que era o rei do "jeitinho". A comida, além de muito ruim, era muito cara em Londres no começo dos anos 80. Portanto o iuguslavo Zoran tinha uma formula infalível de comer bem e barato: ele adquiriu um guarda pó branco, adentrava um hospital que ficava perto de nosso emprego, nunca ninguém pediu crachá ou coisa parecida, íamos ao enorme restaurante e, num mar de gente de guarda pós brancos, médicos e enfermeiros, principalmente, o que são mais dois? Eu comprei meu guarda pó, e na hora do almoço, saíamos de fininho e íamos ao Lambeth Hospital, onde entrávamos por uma porta lateral. Dali até ao enorme restaurante era perto, entrávamos, ficávamos na fila e comíamos muito, estilo bandejáo por apenas uma libra esterlina! Zoran era muito paquerador, e não demorou muito para que fizesse amizade com algumas enfermeiras bonitinhas. Pois bem, eu saía do meu emprego e na esquina do cinema, havia outro hospital. O mesmo guarda pó, me garantia o jantar por mais uma libra, uma verdadeira pechincha!
Começava o expediente às 6 da tarde, de segunda a sexta, e aos sábados e domingos da uma da tarde até mais de meia noite. Logo peguei um bico de montar os enormes letreiros, com os novos filmes que iam entrar em cartaz. Fazia um frio danado, tinha que ir até o porão, pegar as letras, a escada, e montar na fachada, mas isso me rendia mais alguns trocados. A gerente gostava de mim, pois nunca recusava trabalho, e logo, passei de lanterninha a porteiro, com direito a gravata borboleta e tudo. Era muito legal, pois o cinema era enorme, com 5 salas de exibição e ali eram lançados diversos filmes novos. Tive a oportunidade de ver de perto, astros como Richard Gere, Sean Connery, Jennifer Beals, Debra Winger e muitos outros, além de famosos que iam assistir aos filmes, como o saudoso e eterno "superman" Cristopher Reeve, grandão e muito simpático, que casado com uma inglesa, tinha um apartamente ali ao lado. Durante todo o ano de 1983 eu acumulei os dois empregos e não fiz nenhuma corrida. Mas, ao ver meu extrato bancário eu via que meu primeiro Formula Ford estava cada dia mais perto! Comprava a revista Autosport, que saía na quinta feira, mas eu a conseguia na quarta a noite, numa distribuidora. Assim, podia vasculhar sua seção de classificados antes dos outros leitores, e caso encontrasse alguma coisa que valesse a pena, tinha a vantagem. Acabei encontrando um carro que cabia no meu bolso, um velho Royalle PR24 de 1977 (estávamos em 1983), em ótimas condições ao norte da Inglaterra. O cara tinha começado a correr, acabou casando e o carro tinha pouquíssimo uso, e principalmente, nunca havia sofrido acidentes sérios. Ele me mandou fotos pelo correio (isso tudo foi pré-internet) e um belo dia, fui buscar o meu bólido! Gostei do que vi e não hesitei em fechar o negócio. Havia colocado um "rabicho" no meu carro, atrelei o trailer que acompanhava o carro, mais um monte de peças sobressalentes e um motor extra e rumei para Londres. Onde deixar aquele carro? O "jeitinho" resolve tudo, e falei com minha chefa na IMO, que me permitiu deixar o carro na garagem por alguns dias. Era engraçado ver a cara dos circunspectos ingleses ao chegar ao trabalho de manhã e deparar-se com um trailer, carro de corrida, tudo coberto por lonas, na vaga de estacionamento de seu local de trabalho! Acabei alugando uma garagem dentro do circuito de Brands Hatch, na verdade onde eram os boxes. Não era caro, mas houve um problema: realizou-se no final de 83 em Brands o GP da Europa, e tivemos que remover nossas tralhas por uma semana. Em troca, ganhei ingressos para ver a prova dos boxes, e calhou que onde ficava minha garagem foi utilizada pela equipe Brabham de Nelson Piquet, que venceu a prova! 1984 chegou tão rápido quanto o livro de Orwell, e eu tinha um monte de ferro velhos e nenhuma grana! O inverno foi terrível, mas eu comecei a circular novamente pelos circuitos para ver se fazia contatos, cavava algo para mim. Queria correr e logo! Mas ainda ia demorar....

continua

segunda-feira, 14 de maio de 2012

domingo, 13 de maio de 2012

ESPANHA: CORRIDAÇA COM VITORIA DE MALDONADO


Hoje na Espanha, na quinta etapa deste mundial de Formula 1 incrível, tivemos o quinto piloto e a quinta equipe a vencerem! A corrida em si foi muito movimentada e disputada e talvez o fato de Lewis Hamilton, que havia marcado o melhor tempo nos treinos ter perdido a pole position e ter largado do final do pelotão adicionou mais emoção a ela.
Eu sou um dos que não acreditava muito no Pastor Maldonado quando chegou a Formula 1 com a "pecha" de piloto pagante, talvez por preconceito meu, mas na época afirmei que ele pelo menos, tinha o título da GP2, que é um currículo bastante razoável. Hoje ele pilotou como gente grande e conquistou o respeito de muita gente, inclusive o meu. De Fernando Alonso não há muito o que escrever, exceto que mais uma vez ele tirou leite de pedra. Dos 63 pontos marcados pela Ferrari nesta temporada, 61 pertencem ao bicampeão espanhol, mostrando sua superioridade sobre seu companheiro Felipe Massa, cujo inferno astral parece não terminar nunca. Em terceiro lugar o pré prova favorito de muitos, o "iceman" Kimi Raikkonen, que realmente está pilotando bem, ajudado por um carro que a Lotus parece ter acertado no projeto. Seu companheiro Roman Grosjean fez boa prova também e fechou na quarta posição, nada mal para quem está em suas primeiras provas na categoria, apesar de também ter em seu cartel o título da GP2. Outro que fez boa corrida foi o japonês Kamui Kobayashi, cuja Sauber rende bem desde o começo do ano e fez várias boas ultrapassagens na prova. Em sexto, um mediano Nico Rosberg, lutando quem sabe, contra o desgaste excessivo de pneus de sua Mercedes. Lewis Hamilton fez prova movimentada, tendo perdido tempo atrás de alguns de seus adversários, após ter partido em último, e o oitavo lugar não foi um mal resultado nas circunstâncias.  Em nono, um apagado Jenson Button, que deixou a desejar em relação as apresentações anteriores e conquistando o último pontinho do dia, o bom Nico Hulkenberg com a Force India.
Os brasileiros tiveram uma prova lamentável, a esquecer mesmo, especialmente se considerarmos as apresentações de seus respectivos companheiros de escuderias. Felipe Massa teve um brilhareco no começo, tendo largado bem, mas a partir daí arrastou-se no final do pelotão, chegando a meta num lamentável décimo quinto lugar. Bruno Senna, cujas trajetórias de curvas me pareciam erráticas (eu vi pela TV) está num momento delicado de sua carreira. Apesar de todo o oba-oba do Cretinão Bueno em relação a seu noviciado, ele teve uma temporada completa na Hispania em 2010 e onze provas na então Renault em 2011, além das cinco provas deste ano. Tem mais largadas que o companheiro Maldonado, por exemplo, que já logrou a primeira vitória. Novato ou não, fez péssima prova, apesar de que no caso do acidente, eu vejo culpa exclusivamente em Schumacher, que com sua arrogância oriunda dos tempos em que era o bam-bam-bam, espera que os outros pilotos lhe dêm passagem. Errou grosseiramente na aproximação, bateu na traseira de Senna, chamou-o de idiota, e no final foi punido com a perda de cinco posições na largada em Mônaco, justo lá! Outro que fez ótima prova foi o campeão Sebastian Vettel, combativo e que já não tem o melhor carro neste momento do campeonato. Seu companheiro Mark Webber lutou, mas não brilhou.
Fiquei bastante surpreso com a evolução técnica da equipe Williams e mais ainda com a maturidade com que Pastor Maldonado assumiu a responsabilidade de largar na pole position e não se intimidar com a presença constante de Alonso em seus retrovisores. O campeonato está muito bom e se prevê para breve uma vitória da Lotus que vem evoluindo muito. É disso que gostamos!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

REPOST: CONTINUANDO A SAGA, ORIGINALMENTE POSTA EM 12 DE AGOSTO DE 2009




Quando comecei este blog, em março, se não me falha a memória, pretendia falar de várias coisas, pois minha cabeça é multi-assuntos. Acabei me concentrando mais no automobilismo e tendo uma ótima aceitação. Narrei passo a passo o que me fez gostar tanto desse esporte singular, depois passei a descrever a epopéia de minha aventura pelas pistas européias na condição de piloto de Formula Ford, aspirante de Formula 1 (sonhar não paga nada e é gostoso....rs). Os meus posts sobre as sagas e desventuras eram os mais populares, mas dei uma parada proposital no final de maio, pois não queria caracterizar o blog como sendo "falar de mim, eu e eu mesmo". Almejava e almejo uma aceitação ampla como expert, como crítico, como jornalista especializado, com opiniões próprias e equilibradas. Acho que esse objetivo foi conquistado. Passada essa fase, vou portanto, voltar a narrar minha saga pessoal, que se não foi bem sucedida em me levar à Formula 1, foi muito rica e interessante no plano humano.

Retomando: na última postagem eu narrava como no final de 82 voltei ao Brasil de férias cheio de esperança, pois tinha encontrado um provavel patrocinador na empresa de um inglês casado com uma senhora brasileira, que havia recebido o convite para fazer o curso de pilotagem da Brands Hatch Racing School gratuitamente, e que o próprio Emerson Fittipaldi havia intermediado o empréstimo de um chassis de Formula Ford Van Diemen, da própria fábrica. Ou seja: as coisas estavam extremamente promissoras.
No Brasil, fiz alguns contatos com empresas de São Paulo, me lembro de haver passado horas brincando com uma máquina de escrever portátil a preparar um detalhado "Plano de Patrocínio" (tenho uma cópia em algum lugar). Não havia computadores pessoais, claro, e o jeito era datilografar e tirar cópias. Levei alguns foras, alguns "talvez" e outros nem me receberam. O Brasil era muito diferente naquele início de década de 80, a inflação galopante fazia com que as empresas tivessem muita cautela com investimentos, especialmente em moeda estrangeira. O retorno era incerto, e um caipira de Ourinhos dificilmente teria êxito, entendo isso claramente hoje, mas na época, não ser recebido, ou quando recebido ter que explicar o be-a-bá do automobilismo era frustrante. Mesmo com o sucesso de nossos campeões no exterior, Emerson e a esta altura Piquet, o brasileiro médio ainda não acompanhava as outras categorias, por falta de divulgação e cultura esportiva. Os jornais só davam notícias de futebol ( mudou um pouco, mas não muito), e ter que explicar as divisões das categorias de base, a progressão de carreira e as possibilidades era muito comum.
Voltei cheio de gás para o gelado inverno inglês no começo de 83, após algumas decepções pessoais que nem chegaram a me abalar, pois tinha o firme propósito de me concentrar em ser piloto. As decepções não tardaram: pressionado por dívidas enormes, a equipe Fittipaldi teve que cerrar suas portas, Emerson e Wilsinho entregaram tudo ao fisco inglês e ainda ficaram devendo muito (pagaram anos depois com o sucesso de Emerson nos Eua). O meu patrocinador em potencial foi vítima de um incêndio em sua fábrica de móveis para escritório e não poderia me apoiar financeiramente. Pelo menos pude fazer o curso de pilotagem (novamente, já que havia feito o Jim Russell no final de 80) e foi ótimo para contatos. Conheci pilotos que depois teriam um impacto grande no automobilismo: Julian Bailey, Damon Hill, e muitos outros. Conheci principalmente o chefe de instrução na escola, Tony Trimmer, um inglês magro e caladão, mas de respeitável currículo na carreira, tendo inclusive ganho o prestigioso Grande Premio de Monaco de Formula 3 em 70. Ele me afirmou categoricamente que eu era "material para Formula 1 ", o que aumentou minha confiança, e paradoxalmente, meu desespero, pois não conseguia sair do lugar.

Continua.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

REPOST: CONTINUANDO A JORNADA, PUBLICADO EM 26 DE MAIO DE 2009




Depois de minha primeira corrida, apesar de não ter completado a prova, estava definitivamente decidido a fazer qualquer sacrifício para continuar a correr. Minha situação era a seguinte: tinha um bom emprego durante a semana, não precisando trabalhar aos sábados e domingos. Havia me mudado para um pequeno quarto/sala/cozinha, dividindo banheiro para pagar aluguel baixo. O problema é que um orçamento decente para uma temporada de Formula Ford com uma  das equipes boas (nem pensar na equipe de fábrica Van Diemen - além de só aceitarem pilotos experientes e com bom potencial, o custo era altíssimo, algo em torno de 20 mil libras por temporada) era de mais de 12 mil libras ano. Eu ganhava 400 libras por mês! As outras opções era alugar carros mais baratos na base de corrida por corrida( mas não dava para treinar e nem pegar ritmo), ou comprar um equipamento- muito caro. 
Enquanto buscava opções, consultando furiosamente as páginas de anúncios classificados da "Autosport", eu conseguia alguns bicos para trabalhos temporários nos finais de semana. Me lembro de ter feito pinturas pequenas, lavar copos num restaurante chique, e até um estágio de sábados e domingos numa loja do McDonalds! Sempre fui muito econônico, nem tinha tempo para sair e não gosto de baladas, num determinado momento havia economizado mais de mil libras, decidi alugar um carro e fazer alguns treinos.  Conheci um outro picareta, Doug Wood, que tinha um Van Diemen, além de um Crosslé laranja (devo ter algumas fotos por aí) e o Crosslé, já com alguns anos de uso, era mais barato. Eu queria quilometragem, portanto não hesitei e escolhi o vellhíssimo Crosslé para alguns testes e uma corrida em Snetterton. A memória já não é tão precisa, mas acho que bati o carro numa barreira de pneus por falta absoluta de freios, o que gerou uma feia discussão, pois o cara queria que eu pagasse o prejuízo total, quando havia me garantido que o carro tinha seguro. Eu concordei com a franquia do seguro, jamais pagaria o preço que ele me pediu. No final nos acertamos, mas era duro negociar com aqueles ingleses! 
Para resumir: entre 1981 e 1982 eu corri umas seis ou sete vezes, sempre com equipamentos pré-históricos (na época havia uma categoria de Formula Ford velhos, a Pré 1974 - quase comprei um carro daqueles para correr - mas verifiquei que os custos de manutenção eram quase tão caros quanto). Cansei de levar volta dos líderes, mesmo em corridas curtas, e sem tempo para treinar ou desenvolver eu nada mais podia fazer. Dentro de mim, no entanto, havia uma certeza: toda vez que me sentava num carro de corrida, a cada volta, eu melhorava um pouquinho, e isso me dava uma confiança e uma motivação incríveis!
No final de 1982 conheci uma senhora brasileira que vivia há muito tempo na Inglaterra, Leila, casada com um inglês boa praça e empresário bem conectado. Ela me convidou para ir a sua casa, ficamos amigos e o marido me disse que conhecia o John Webb, dono de Brands Hatch. Parece-me que ele era o fornecedor de móveis de escritório, já que tinha uma pequena fábrica em expansão. Um belo dia recebo um telefonema de alguém em Brands Hatch, achei meio confusa a conversa, mas combinamos um encontro no sábado seguinte. 
Ao chegar ao escritório do autódromo, todos muito amáveis e um frio incrível de dezembro, me disseram o que tinham em mente: Brands Hatch tinha uma escola de pilotagem que eles queriam promover. Haviam convidado o Damon Hill (então correndo de motos), o David Hunt (irmão caçula do James Hunt) o Gary Brabham (filho do meio do lendário Jack Brabham) e o filho da primeira ministra Margaret Tatcher, Mark, para fazer um curso de pilotagem totalmente gratuito, em troca, usando os sobrenomes famosos teriam muita mídia para divulgar a escola. A proposta era extensiva a mim, pelo sobrenome Fittipaldi. Eu achei ótimo, apesar de já ter feito algumas corridas, mas treinar de graça me parecia bom, sem dúvida. Deixei claro que minha relação de parentesco com Emerson era a mais distante possível, eles não se importaram.  Para melhorar as coisas, John o marido de Leila, se entusiasmou com a situação e me prometeu um pequeno patrocínio para o ano seguinte. Não tive dúvidas: peguei o telefone e liguei para o Emerson, que simpático como sempre me deu apoio moral. Alguns dias depois, ele me liga novamente dizendo que havia conversado com o Ralph Firman, dono da Van Diemen e que havia sido seu mecânico na F3, e que este oferecera o chassis 81 que havia sido usado por Ayrton Senna praticamente de graça para eu usar! Não poderia estar mais feliz: um patrocínio acertado, carro prometido, e o apoio- ainda que tímido, do meu ídolo de infância Emerson. Peguei o avião feliz para passar algumas semanas com a família no Brasil, e mal sabia que meus sonhos todos iriam desmoronar quando eu voltasse dos trópicos.