terça-feira, 20 de outubro de 2020

Uma foto que desperta recordações!


 Para aqueles da minha geração, que acompanharam de perto a evolução do Emerson Fittipaldi é inevitável associá-lo à imagem da belíssima Lotus 72D negra nas cores da John Player Special, que tantas vitórias e tantas alegrias nos proporcionou. Mas estávamos (eu, pelo menos, estava) ainda em estado de choque, de êxtase: "como pode um garoto dentuço, do Brasil (onde???) ser o novo rei da velocidade? Veio 73 e as pilantragens de Colin Chapman que claramente não valorizava seu campeão de suiças proeminentes, privilegiando o velocíssimo sueco voador Ronnie Peterson. Mas, este não saberia acertar a diferença de alinhamento entre um piano e um bólido de Formula 1, ou seja, dirigia rápido se o carro correspondesse, ao contrário iria comer borracha, entrar de lado nas curvas, mas isso não traz ponto e muito menos vitórias. Recuperados dos susto, soubemos que "nosso" Rato iria para a promissora equipe McLaren (até então não havia vencido nenhum título), e além disso atraía o patrocínio milionário da marca de cigarros Marlboro. O grafismo, inconfundível, perdurou por décadas na mesma escuderia, até a era pós Senna. Agora éramos maduros e podíamos torcer por nosso campeão, já firmemente estabelecido no panteão dos grandes. E que carro lindo! Enfrentando as poderosas e velozes Ferraris de Lauda e do inconstante Regazzoni, Emerson papou mais um título com a cabeça e uma habilidade única em fazer a equipe unir-se a seu lado. Estávamos a caminho de outros títulos, outros campeões, mas o primeiro amor a gente nunca esquece! 

domingo, 4 de outubro de 2020

A efémeride importante: 50 anos da vitória do Emerson em Watkins Glenn!





 Mergulhando fundo no túnel das lembranças mais distantes, semicerro os olhos e visualizo um garotinho magro, franzino até, de exatos dez anos de idade. Coleciona figurinhas, lê muitos livros de aventuras ( Mark Twain e seu incrível As aventuras de Tom Sawyer; O Conde de Montecristo do Dumas são alguns que a enferrujada memória resgata daquela época). Lá fora o Brasil vivia o tão propalado “milagre econômico”, mas isso não era preocupação para um menino tão novo, cujos olhos em êxtase começavam a enxergar as coisas que o encantariam nas décadas seguintes: motos, carros, aviões, garotas (claro) e as muitas possiblidades que uma vida em seu prólogo promete.

1970 foi um ano marcante para muitos brasileiros: ganhamos com sobras a Copa do Mundo no México, com uma seleção inesquecível, forrada de craques do quilate de Gerson, Clodoaldo, Rivelino, Jairzinho, Tostão, Carlos Alberto, Edu e o gênio Pelé. Ainda na precária TV em preto e branco fomos vencendo jogo após jogo até aquela apoteótica final contra a Itália onde os quatro a um não deixaram dúvidas: éramos os melhores! Logo em seguida, vô Bernardo, espanhol bonachão e sempre com um cigarro de palha pendurado nos lábios me presenteou com minha primeira bicicleta “grande” : uma Monareta Olé70!, com a qual tive inúmeras aventuras ao longo dos anos seguintes.
Eu já era diferente: ao hegemônico futebol, preferia de longe as corridas de carros, sem jamais ter visto uma pessoalmente, ou mesmo pela TV. No máximo, haviam uns filmes antigos de velhas corridas em Indianápolis que algum obscuro programa de esportes passava esporadicamente, ressaltando, é claro, os acidentes quase sempre espetaculares. Mas, meu saudoso pai comprava as indefectíveis Autoesporte e Quatro Rodas, que eu, aos 10 anos já degustava de capa a capa. Eu sabia, que o Emerson Fittipaldi (ele é nosso parente, dizia o pai) já havia estreado na Formula 1 pela famosa equipe Lotus, no Grande Prêmio da Inglaterra. Sabia também que ele já havia pontuado (em 4° lugar) em sua segunda participação na Alemanha. Sabia sobretudo da tristeza da morte do austríaco Jochen Rindt o virtual e eventual campeão daquela temporada nos treinos do Grande Prêmio italiano em Monza, onde o próprio Emerson havia sofrido grave acidente nos treinos.
Era um domingo. A gente não acompanhava as corridas ao vivo, nem no rádio. Não no interior. Não na minha casa. Domingo era dia de ópera e macarrão. Eu adorava a ambos e meu irmão Enzo se escondia de meu pai que nos “obrigava” a gostar de ópera. Depois do almoço meu pai tinha um radinho de pilhas e ele ficava fuçando no dial das A M s da vida buscando por notícias (sempre foi ávido por informações). Ele me chamou e falou: Cezar Augusto....você não vai acreditar! Eu, ansioso por saber em que não acreditar esperei. – O Emerson ganhou a corrida! – Que corrida, pai? – O Grande Prêmio dos Estados Unidos, justamente o que paga o maior prêmio!
Para um menino de 10 anos era uma coisa grande, mas não soube, obviamente, naquele momento dimensionar o feito. Fiquei feliz, muito feliz. E ansioso para, dali a vinte, quiçá trinta dias conferir nas páginas da Autoesporte os detalhes da corrida. Fecho novamente os olhos e vejo aquele garotinho que mal compreendia o mundo. Percebo que o adulto que ele se tornou continua a pouco entender certas coisas. Mas algo ele sabe: temos que valorizar as coisas boas, as marcas de alegria que pontuam nosso caminho e, principalmente, cultivar nossas relações com amor e carinho. Valeu pai, valeu Emerson!
OBS: depois do caminho aberto pelo Emerson, tivemos mais de 30 pilotos brasileiros na Formula 1. Acompanhei a carreira de cada um deles, alguns conheci pessoalmente. Dois desses caras se eternizaram nas estatísticas e em nossos corações: Nelson Piquet e Ayrton Senna, ambos tricampeões, após o bicampeonato do próprio Emerson. Mas a primeira vitória, ainda que obscura na memória de um garotinho que hoje se hospeda no corpo de um senhor grisalho e com sobrepeso, essa jamais será esquecida! 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

 


GP da África do Sul 1977

 

Como pode um não-saudosista sentir saudades? Mistério! Quando olho essa foto, mergulho numa viagem íntima e vertiginosa em direção ao passado, mais precisamente a segunda metade dos loucos e vibrantes anos setenta: vejo um rapaz tímido, com espinhas demais e confiança de menos, óculos fora de moda (eram mais baratos), uma calça boca de sino (ridículas em retrospecto, mas fazia sentido então) ensimesmado num mundo que não o compreendia e muito menos o acolhia. Poucos amigos (alguns até hoje para provar a resiliência das amizades verdadeiras), um gosto diferente para esportes. Pois é, o rapaz adorava corridas de automóveis, de Formula 1 em particular. E tinha um sonho que o resgataria da mediocridade a que estava condenado se continuasse a se conformar com as migalhas que o destino lhe destinava: pilotar uma daquelas máquinas, dominar o bólido em seu limite e quem sabe, além. O tempo provou que sonhos impossíveis têm gradações e etapas, como degraus de uma enorme escadaria. Se não chegou a pilotar uma dessas máquinas teve pelo menos a sensação inesquecível de largar no meio de 30 carros e disputar uma freada no final de uma reta, em Silverstone, Brands Hatch e outros circuitos menos famosos. Mas, voltando à foto em questão, ela é emblemática por ser a última prova do valente piloto galês Tom Pryce, que num acidente bizarro, impensável nos dias de hoje, atropelou um jovem e inexperiente bandeirinha de apenas 17 anos de idade que atravessou a pista para socorrer o outro Shadow, do companheiro de Pryce, Renzo Zorzi. Na foto que imortalizou o momento vemos a traseira fugaz do então campeão, James Hunt e sua McLaren, seguido por dois outros campeões: o valente Niki Lauda, ainda ostentando as marcas de queimadura que desfiguraram seu rosto no ano anterior em Nurburgring, com sua linda Ferrari, com a qual se sagraria campeão mundial pela segunda vez ao final da temporada para dar um belo “pé na bunda” do Commendatore e Jody Scheckter com o sensacional Wolf Cosworth, projeto de Harvey Postelatwaite, que havia vencido na estréia na Argentina. No lindo Brabham vermelho de nº 8, está o saudoso Carlos Pace, Moco, na que seria também, sua última corrida, antes de falecer num acidente de avião no Brasil, tendo ao seu lado um dos mais originais carros de corrida da história, o Tyrrell de seis rodas pilotado pelo intrépido francês Patrick Depailler. Bem no meio, no Copersucar amarelo está o bicampeão Emerson Fittipaldi e o futuro ainda parecia ser promissor para ele e para a equipe brasileira. Eu poderia ficar horas digredindo sobre esta foto em particular, que suscita tantas memórias e no final, a ilusão de capturar um momento em nossa fugaz passagem terrena nos torna melancólicos e....saudosistas! Uma salva a todos os grandes campeões que povoaram a imaginação de tantos sonhadores como eu, e também àquele rapazola de 17 anos que no futuro iria provar coisas interessantes que nem sonhava naquele momento.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

terça-feira, 21 de julho de 2020

UMAS PALAVRINHAS SOBRE O GP DA HUNGRIA DE 2020

Uma corrida interessante, excepto talvez pelo fato de Lewis Hamilton ter disparado na frente com sua imbatível Mercedes negra. Tudo é muito estranho na Formula 1 e no mundo em geral, corridas sem público perdem muito de sua essência. Sabemos que os cuidados são necessários, mas a atmosfera fica muito mais pobre sem as multidôes de ávidos torcedores. Abaixo, num vídeo curto eu faço um pequeno resumo de minhas impressões sobre a prova.


quarta-feira, 15 de julho de 2020

Formula 1 está chata ou estamos velhos?

Em 1988/89 se você não fosse fã de Senna ou Prost a Formula 1 seria chata também?

Faz tempo que quero escrever sobre esse assunto: a noção equivocada que muitos têm de que hoje as corridas de automóvel, mais especificamente de Formula 1 são piores que as do passado. A visão romântica de que "as coisas eram melhores então" não se sustentam por várias razões e eu vou tentar expor meu ponto de vista aqui. Claro que, sendo subjetivo, não tenho a pretensão de ser o dono da verdade e nem "lacrar" nada. Eu acompanho a Formula 1 via revistas e relatos desde a década de 60. Com a ascensão de Emerson Fittipaldi a TV brasileira passou a transmitir as corridas a partir do glorioso GP de Mônaco de 1972. Continuava acompanhando a "cobertura"  via revistas Autoesporte e Quatro Rodas e ficávamos ansiosos para a chegada do exemplar mensal nas bancas. A Placar passou a ter uma cobertura razoável também, e como era semanal e chegava às terças-feiras, muitas vezes as comprávamos também...
Deixando de rodeios, vou fazer uma pequena demonstração de como a Formula 1 de hoje é muito mais competitiva. Vamos pegar, aleatoriamente a temporada de 1966, onde houve uma importante mudança de regulamento, os carros passaram a ter 3000 ao invés dos 1500 de antes. Ou seja, hipoteticamente, ganharam o dobro de potência. Os astros eram Jim Clark, Graham Hill, John Surtees, Jack Brabham, Dan Gurney, Lorenzo Bandini e um jovem Jackie Stewart. Rindt estava começando e mais tarde viriam Ickx e outros. O primeiro grid foi na Bélgica, a temporada daquele ano teve apenas 9 corridas. O pole position foi o John Surtees a bordo da Ferrari e seu tempo foi 3.38. O décimo quinto colocado foi o Dan Gurney com seu Eagle com o tempo de 3.57. Somente quinze carros participaram daquela prova. A diferença entre o pole e o último colocado foi quase vinte segundos! O circuito era grande e na corrida apenas 4 carros chegaram ao final com a vitória de Jackie Stewart a bordo de uma BRM. Na próxima corrida, na França, a diferença também foi abissal e apenas cinco carros cruzaram a meta. Havia pilotos bons, mas seus carros quebravam muito. Havia pilotos médios e pilotos fracos. Na corrida da Alemanha, devido ao fato da pista ser enorme, precisaram completar o grid com carros de Formula 2. As condições dos boxes e dos padocks  eram para lá de precárias. Vou postar uma foto que vi hoje no facebook, já de 1972 no GP da Inglaterra:
O Polytoys de Henry Pescarollo que teve estréia infeliz e breve! Fotos Stuart Dent via Facebook.

A Mclaren de Peter Revson. No meio do paddock sem privacidade e nem frescuras.

O carro do campeão do mundo, Jackie Stewart sendo manobrado por um mecânico.

Pois bem: vamos avançar um bocadinho mais. Ao longo das próximas temporadas diversas corridas foram perdidas (e ganhas) a poucos quilômetros do final por falhas mecânicas. Os pilotos não tinham o preparo físico exigido e geralmente diminuíam o ritmo no final das provas. A preocupação com o preparo físico só foi se intensificar em meados da década de 70, e mesmo assim tínhamos pilotos playboys, como James Hunt que bebia e fumava o tempo todo. Havia boas corridas e más corridas. A corrida da Africa do Sul de 1967 por pouco não foi vencida por um piloto semi amador, a bordo de um carro particular (John Love - Cooper), se não fosse falta de gasolina no final. Ainda assim, ele parou nos boxes e chegou em segundo para o mexicano Pedro Rodriguez a bordo de uma Cooper oficial. Sempre havia um grupo de pilotos super eficientes, nas várias décadas em que acompanho a Formula 1 e também, os coadjuvantes. 
Hoje em dia, mesmo o piloto que alinha em último no grid ( geralmente George Russell e a Williams, ou seu companheiro Latifi) são vencedores e campeões nas formulas de acesso. Russell venceu a Formula 2 em 2018 batendo o badalado Lando Norris e o brasileiro Sergio Sette Camara. Não tem como o piloto cometer um erro crasso e não ser assistido por milhões, via câmeras onboard e telemetria implacável. Quero deixar claro que não estou malhando a Formula 1 de outrora. As coisas eram como eram, e só foram se profissionalizar mesmo nos anos 70 com a intervenção do gênio Bernie Ecclestone que viu o potencial do que tinha em mãos. Muitos daqueles que dizem que a Formula 1 de hoje é chata e que não há competitividade, vibravam com o domínio esmagador da Mclaren com Prost e principalmente, Senna, no final dos anos 80, começo da década de 90. Ou quando o Schumacher dominou a categoria por anos a fio. A supremacia de uma determinada equipe por alguns anos não é coisa nova. Aconteceu com Lotus, Mclaren, Williams, Ferrari e agora a Mercedes é a mais eficiente. No início da década passada a Red Bull ganhou quatro campeonatos em seguida com Vettel. Então, qual é o problema?  A Formula 1 ou a nossa visão subjetiva? É impossível não admitir que tivemos corridas excelentes nos últimos anos, mesmo que lá na frente as Mercedes estivessem ditando o ritmo. Porque corrida boa não se faz necessariamente só na frente. As disputas dos pelotões intermediários e traseiros podem ser muito empolgantes. Mesmo as disputas na pré classificação que ocorriam nos anos 89/90 eram muito acirradas, ainda que poucos estivessem de pé para assistir.
Temos pilotos pagantes? Sim, sempre tivemos. Hoje o acesso à Formula 1 é muito mais caro, pois o esporte é altamente profissionalizado. No passado tínhamos situações em que pilotos quase folclóricos, sem a necessária carteira ou habilidade chegavam a participar, ou tentar participar, de alguns Grandes Prêmios. Hoje isso seria impossível. Para obter a super licença é necessário acumular 40 pontos e estes são atribuídos através de um complexo sistema via Formulas de acesso.
A pessoa tem todo o direito de achar isso ou aquilo. Mas, francamente, dizer que antigamente as corridas eram melhores porque seu piloto favorito ganhava quase todos os domingos é muita miopia. Melhor torcer por Lewis Hamilton ou Max Verstappen então. Quanto á falta de brasileiros no grid não me afeta muito, pois aprendi a gostar de corridas de carros muito antes do boom brasileiro encabeçado por Emerson, Piquet e Senna. Quando a luz vermelha apaga ainda sinto um friozinho na barriga e passo a curtir cada ultrapassagem e cada manobra espetacular. Quem já esteve lá dentro sabe das complexidades que existem para se andar de forma competitiva numa pista num nível tão alto. A telemetria denuncia quaisquer erros ou barbeiragens, não tem jeito.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

quarta-feira, 8 de julho de 2020

RECADINHO DA QUARTA FEIRA A NOITE

Falar todo mundo fala. Opinião todo mundo tem. Vamos dar a nossa então, nesse espaço que é pequeno, aconchegante, mas é nosso! Umas palavrinhas sobre o GP da Aústria, as polêmicas envolvendo Lewis Hamilton, a boa estréia do brasileiro Felipe Drugovich na Formula 2 e o retorno de Fernando Alonso para a equipe Renault.


domingo, 5 de julho de 2020

GP DA ÁUSTRIA 2020 - A CORRIDA

Finalmente: após longos meses de espera e suspense a primeira largada da temporada 2020!

O pódio em tempos de pandemia!


Domingo a noite, horas após o término de uma corrida esquisita, com alto número de desistências, vale a pena   algumas poucas reflexões, subjetivas, claro, sobre o que vi. Em primeiro lugar a supremacia da Mercedes parece ter aumentado, causando até um certo constrangimento aparente por parte dos germânicos. Dominaram os treinos e, se não fosse a punição ao Hamilton teriam largado ambos na primeira fila. Tendo dito isso, Bottas fez uma corrida boa, dosando o ritmo como era necessário e conduziu seu carro à  meta sem sobressaltos.
Hamilton precisou trabalhar um pouco mais e, se na pista chegou em segundo, devido a outra punição ( em minha humilde opinião muito branda) caiu para quarto nos resultados finais. Alto número de carros foram ficando pelo caminho, começando por um dos favoritos à vitória, Max Verstappen cujo bólido apagou todos os sistemas. É a tal da eletrônica. Seu companheiro Albon vinha numa ótima corrida, sempre entre os primeiros, até que ao ultrapassar Hamilton por fora foi tocado e rodou, abandonando a prova subsequentemente. Com isso, um oportunista Charles Leclerc colocou uma Ferrari meia boca no segundo lugar. O terceiro foi certamente o piloto mais festejado do dia, Norris, que levou a Mclaren ao terceiro e merecido posto. Muito se escreveu e se tem escrito sobre esse piloto que parece destinado a continuar a saga dos britânicos campeões do mundo. Seu companheiro Sainz, aparentemente preterido pela equipe por estar de saída para a Ferrari (para a temporada 2021) foi um valente quinto lugar. Sergio Perez com a Racing Point rosa sempre dominou seu companheiro Stroll e acabou classificando-se num sexto lugar que poderia ter sido um terceiro ou quiçá segundo. A Racing Point aparentemente uma cópia descarada da Mercedes da temporada passada é uma força nesse mundial.Um discreto mas competente Pierre Gasly levou a Alpha Tauri a um sétimo lugar,seguido por Esteban Ocon que retornou de seu ano sabático a bordo da segunda Renault. Os respectivos companheiros, Ricciardo, Renault e Kivyat, Alpa Tauri, ficaram pelo caminho. Dois pontinhos Giovanizzi salvou para a Alfa Romeo, enquanto Kimi Raikkonen que nunca apareceu entre os primeiros perdeu uma roda num acidente bizarro para a Formula 1 atual e  o último pontinho foi conquistado por um opaco Sebastian Vettel, em seu último ano pela Ferrari. 
A prova não teve público devido as restrições da pandemia do COVID 19, e as equipes levaram um numero muito menor de integrantes para a corrida.
Polêmicas à parte, antes da prova uma cerimônia protagonizada por Hamilton em protesto anti racista marcou um momento até certo ponto constrangedor, onde ficou evidente que  a agenda do politicamente correto não combina com a Formula 1. Forçou demais. Outra boa nota do final de semana foi a vitória do piloto brasileiro Felipe Drugovich na segunda prova da Formula 2, começando sua trajetória  na categoria com o pé direito! Os dois outros brasileiros, Guilherme Samaia  e Pedro Piquet foram mais discretos. Semana que vem vem mais, no mesmo bat local e bat horário. Vamos ver se os erros serão corrigidos a tempo!

sexta-feira, 3 de julho de 2020

HABEMUS FORMULA 1 : FINALMENTE!

E não é que a Mercedes ficou bonita em preto?

As Mclarens podem surpreender!


Após uma longa (longa demais) pausa por causa da pandemia ainda em curso em muitos lugares, a Formula 1 finalmente vai iniciar sua temporada 2020. As equipes chegaram a ir para a Austrália no inicio de março, mas a corrida acabou não acontecendo para frustração de todos. Mas, pandemia ou não pandemia, eventualmente as corridas de Formula 1 voltaram. O prejuízo financeiro para a categoria ( e para todas as outras coisas do mundo) só é superado pelo prejuízo humano, a perda de quase meio milhão de vidas é coisa típica de tempo de guerra. Com tudo isso, o que importa para aqueles que gostam de automobilismo são as corridas, quando a luz vermelha se apaga e a baboseira termina.
À parte de todas essas coisas acontecendo, o mundo também está em meio às polêmicas geradas pelas manifestações anti racistas, e Lewis Hamilton decidiu que ser seis vezes (indo para sete) campeão mundial da Formula 1 e multi milionário não era suficiente. Ele precisava de uma causa. E que causa melhor e mais oportuna para ele, nesse momento que essa? Pois bem, nosso intrépido campeão se lançou de corpo patrocinado e alma idem contra o "sistema". E nessa cruzada encontrou apoio de vários setores, inclusive sua esquadra, a Mercedes, que pintou os carros de preto para apoiar seu maior piloto. Minha opinião sobre isso? Não importa.....vida que segue. É claro que o racismo é uma coisa horrível, detestável, que deve ser combatido sempre. Não nascemos racistas, basta ver as crianças numa creche....eles se socializam e brincam sem preocupações maiores. Aprendemos a ser racistas com o mesmo sistema que banca as benesses do senhor Hamilton. Mas, podemos desaprender, eu acho. E devemos.
Voltando a falar da corrida. Pelo primeiro treino livre, poucas coisas mudaram. A Mercedes continua com sua competência germânica intacta. Os demais correm atrás.As perspectivas são boas, no entanto, tem muito sangue novo querendo mostrar valor, Leclerc, Gasly, Albon, Sainz, Norris, Russell, essa molecada é rápida e competente. Ouso dizer que esse é um dos melhores grids de início de campeonato dos quais me lembro. Isso talvez, pelo uso dos simuladores e programas de condicionamento físico extremos usados pelos pilotos atuais. Não tem mais bobo nem amador na Formula 1. Pode haver pilotos pagantes, sempre houve, mas bobo, não.
Polêmicas à parte, mal posso esperar pela corrida de domingo. Nunca houve tanta expectativa para uma temporada como essa, pelos motivos expostos acima. E tem o Bernie papi de fora, tem o politicamente correto chato para cacete, tem os direitos, tem o bla bla bla.....e vamos que vamos!

domingo, 28 de junho de 2020






















Décimo dia (pulei ontem, estava cansado, rs) do desafio proposto pelo amigo Roberto Martinez de apontar os dez pilotos que mais influenciaram o meu amor pelo automobilismo. A ideia era postar fotos sem explicações, mas isso não seria eu. Gosto de substanciar minhas escolhas pessoais em bases sólidas. Admirei muitos pilotos ao longo dos anos que sigo automobilismo. Desde a remota década de 60, com os pioneiros brasileiros, os irmãos Fittipaldi, Marinho, Pace, Luisinho, Lian Duarte, Chiquinho Lameirão, Bird Clemente, Celso Lara Barberis ( que eu não vi correr mas era admirado por meu pai), e tantos outros pioneiros. Os estrangeiros, Clark, Hill, Bandini, Gurney, Stewart, Rindt, Mclaren, Amon, Hulme, Surtees, são muitos os heróis daquela época. Veio a década de setenta e eu continuava ali grudado, sonhando em um dia poder competir também, o que, convenhamos, era um sonho quase impossivel para um menino pobre do singelo interior do Estado de São Paulo, filho de mãe professora e pai mecânico. Enfim....sempre admirei aqueles que superaram as muitas dificuldades colocadas em seu caminho e fizeram acontecer. Em meados da década de 70, o Brasil viveu um período bastante próspero em termos de automobilismo. A Volkswagen apoiou uma nova categoria que foi transplantada por aqui, a Formula Super Ve e havia vários fabricantes, diversas equipes, novos pilotos e patrocinadores. Lembro de uma forte equipe com o piloto Ingo Hoffman e a direção técnica de ninguém menos que Wilsinho Fittipaldi e Ricardo Divilla - como um side project da construção do Copersucar, o primeiro Formula 1 brasileiro. A equipe contava com um carro da marca Kaimann, austríaca. Havia Chiquinho Lameirão, Julio Caio, Bejamin Rangel, os irmãos Di Loreto, Milton Amaral, Newton Pereira, enfim, um monte de feras. Dentre eles, um jovem piloto de Brasilia, desconhecido por mim, com um esquema extremamanente modesto, Nelson Piket. Seu carro era um Polar, ele transportava o equipamento e o carro todo a bordo de uma velha Kombi. Fui assistir á última etapa daquele campeonato de 1974 em Interlagos e o campeão, surpreendemente foi o competente Marcos Troncon, que havia perdido as primeiras etapas do campeonato. Mas um piloto em particular me marcou: o tal Piquet! Nos dois anos seguintes continuei a seguir a carreira daquele candango calado e competente. Em 1976, com soluções técnicas interessantes e o bom patrocínio da Gledson ele foi campeão brasileiro com sobras. Eu também estava lá em Interlagos. No ano seguinte, graças ao apoio de alguns amigos ele rumou praticamente sozinho para fazer a temporada européia de Formua 3. Comprou um carro da March e um velho ônibus. Acabou trocando por um chassis Ralt e os resultados melhoraram bastante na segunda metade do ano, chegando a ganhar duas corridas. O problema é que a imprensa brasileira deu muito mais destaque aos resultados do paulista Chico Serra na Formula Ford inglesa que aos resultados de Piquet. Renovou seus patrocínios e se mudou da Itália para a Inglaterra. Seu raciocínio era simples: já que Serra tinha a atenção da imprensa especializada brasileira, o correto era enfrentá-lo e derrotá-lo. E foi o que fez com competência ímpar: com sua modesta equipe própria, fazendo experiências mecânicas interessantes, ainda com o seu chassis Ralt do ano anterior, Piquet derrotou a concorrência (Serra e Derek Warwick, inglês talentoso e bem patrocinado) com sobras. Antes do final do ano, foi sondado por algumas equipes de Formula 1 e fez sua estréia no GP da Alemanha a bordo de um modesto (mas lindo) Ensign. Depois, fez três provas por uma pequena equipe indepentente, a BS Fabrications, que tinha um velho chassis Mclaren M23 de cinco anos de uso. Impressionou a quem interessava: Bernie Ecclestone, o dono da Brabham que contava com Niki Lauda em seu primeiro carro. Estreou no Canadá e nem se preocupou com os termos do primeiro contrato: queria correr. NO ano seguinte, a bordo do Brabham ainda com o beberrão motor Alfa Romeo, superou seu badalado companheiro com certa frequência e quando este abandonou a carreira (voltaria mais tarde para ganhar mais um campeonato com a Mclaren), foi promovido a primeiro piloto. Vice campeão em 80, campeão em 81, ano de desenvolvimento dos possantes motores turbo da BMW em 82, campeão novamente em 83, Piquet ganhava e sobrava, na pista e nos acertos técnicos. Transferiu-se para a melhor esquadra a Williams em 86, mas sofreu muito com a preferência da equipe por seu outro piloto, Nigel Mansell, superando a todos para ganhar seu terceiro título em 87. Depois transferiu-se para a Lotus, e encerrou a carreira na Benetton em 91, tendo vencido algumas corridas, como o memorável GP do Japão de 1990 onde foi o primeiro com seu amigo e compatriota Roberto Pupo Moreno fechando uma inesquecível dobradinha brasileira . Admiro-o por ser ele mesmo, vencedor, sem jamais ter que se render ao sistema. Subsequente carreira como empresário vitorioso, onde teve que remar novamente para obter sucesso, mostra a fibra de que é feito! Este é sem dúvida um piloto admirável e um ser humano diferenciado! Nomeio meu novo amigo Leandro Leonardo Bandeira Verde para continuar a brincadeira! 10/10

sábado, 27 de junho de 2020

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Preciosidade : A live do Emerson!

Mais um "Achado" maravilhoso nas garimpagens da internet: a entrevista "live" feita pelo Felipe Mota do Site Motorsport.com com o Emerson Fittipaldi. Vale a pena ver, mesmo para aqueles que já conhecem algumas das histórias. Uma das poucas coisas boas dessa pandemia são as oportunidades para assistirmos essas lives. Além do Emerson, temos vários outros pilotos dando seus depoimentos, e isso é bastante importante para aqueles que gostam de automobilismo e prezam pela memória.




sábado, 20 de junho de 2020

LE MANS MATANDO AS SAUDADES

Junho é sempre aquela época mágica em que ocorre as 24 horas de Le Mans, em minha modesta opinião a prova mais excitante do automobilismo. Como esse ano a prova foi postergada para setembro em função da crise pandêmica que vivemos, ficou um vazio no coração dos fãs... Por isso, vou compartilhar com vocês um precioso registro da histórica prova de 1966 - também motivo do filme Ford x Ferrari. Vale a pena!


quinta-feira, 18 de junho de 2020

RETOMANDO AOS POUCOS

Estamos em plena época de pandemia, muitas coisas acontecendo simultaneamente e este espaço, infelizmente, foi negligenciado por mim por vários meses. Não há desculpas para isso, não mesmo. Ainda assim, brasileiro que sou, não desisto nunca e, pretendo retomar aos poucos as postagens sobre aqueles assuntos que tanto amamos. Tenho publicado fotos e principalmente vídeos na página do blog no Facebook, e o retorno dos amigos tem sido bom. Mas sinto falta desse espaço aqui, onde posso expandir minhas ideias e compartilha-las com vocês. Vários projetos me ocorrem e o principal deles vai ser a retomada da escrita da "Corrida no céu", série de crônicas de imaginação fantástica que iniciei no longínquo ano de 2010 ou 2011...


Por ora, portanto, só esse aperitivo. E um videozinho básico.