segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

FINAL DE ANO: O ACIDENTE DE SCHUMACHER, SUAS REPERCUSÕES E A IMPREVISIBIILIDADE DE NOSSAS FRÁGEIS VIDAS



Pois é: após um longo e nem tão tenebroso silêncio, o final de ano nos alcança e com ele as inevitáveis temporadas de "balanços" e reflexões sobre o que foi e principalmente, sobre o que poderia ou deveria ter sido. Não vou fazer uma análise de meu ano aqui, nem vale a pena, olho para a frente com a certeza que as coisas vão melhorar. Entre as muitas decisões não cumpridas do ano passado, estava a de revigorar este blog, decisão esta que talvez eu consiga cumprir em 2014. Se não, paciência...
O acidente de Michael Schumacher na França, onde ele continua internado e inspirando cuidados e preocupações a todos os seus fãs e amantes do automobilismo em geral, foi uma destas fatalidades que acontecem e por serem fatalidades, não têm uma explicação racional ou plausível. O cara andou milhares e milhares de quilômetros a 300 por hora, teve acidentes, capotagens, sustos e aposentou-se quase incólume, caiu de motos, andou a cavalo, deve ter saltado de paraquedas e tal, e numa simples descida de ski, esporte que ele domina como poucos, a queda.
Como eu falei, qualquer pessoa que tenha o mínimo respeito pelo esporte que amamos, gostando ou não, tem que respeitar o alemão queixudo.  Seu lado "Dick Vigarista", muito incensado pela imprensa brasileira, em particular pela Rede Globo, pelas surras homéricas que ele aplicou a seus adversários brasileiros, entre os quais dois tricampeões mundiais, passam uma imagem distorcida de quem realmente é o Michael. Eu, Cezar, por exemplo, sempre me identifiquei muito mais com um Schumacher, ou com um Mansell, por exemplo, do que com vários dos brasileiros que atingiram ou tentaram alcançar a Formula 1. Ambos eram oriundos da classe média (guardadas as proporções) de seus respectivos países, enquanto todos os brasileiros que pilotaram bólidos da Formula 1, com a honrosa exceção de Roberto Moreno, eram membros de uma elite econômica. Nada contra, afinal, não sou socialista e automobilismo é esporte caro mesmo, mas é impossível não me identificar mais com caras como Nigel, Michael, ou mesmo Kimi, cujos pais deram o sangue para que seus filhos pudessem perseguir seus sonhos.
Michael é um cara comum. Adotou de certa feita, uma cadelinha vira-latas aqui no Brasil e a tratava com imenso carinho. Ajudou muitas pessoas, sempre de forma altruísta e anônima. Venceu tanto que ficou até meio sem graça e em sua volta, apesar de não ter conseguido obter os mesmos resultados, lutou dignamente até sua segunda aposentadoria. Sou seu fã, apesar de tê-lo odiado quando jogou o carro sobre meu amigo Damon Hill naquele distante Grande Prêmio da Austrália em 1994. Quero vê-lo sair desta e voltar ao Brasil nos próximos anos para se divertir correndo e vencendo de kart, como sempre faz. Arriba, Michael!