sábado, 1 de agosto de 2015

PALAVRAS, POLÊMICAS, OPINIÕES E RADICALISMOS

 

   Tenho falado e escrito com alguma frequência sobre a enorme quantidade de asneiras que lemos nos campos de comentários de artigos na internet e nas redes sociais. Pessoas que nada têm a acrescentar sobre temas tão diversificados  quanto o uso e/ou legalização das drogas, futebol, pena de morte, economia, política, religião e etc, se acham no direito de opinar mesmo nada podendo acrescentar de útil. Alguns até admitem nada saberem sobre o assunto em pauta, mas mesmo assim, opinam. Bom, acho que democracia deve ter algo a ver com o conceito de "casa da mãe Joana".                 Quando, no entanto, alguém com estatura moral e biográfica opina sobre algo que conhece ou viveu, e é famoso, isso desperta reações engraçadas. Estou falando, claro, da recente entrevista do Nelson Piquet, onde ele afirma que o falecido Ayrton Senna era um piloto "sujo". Piquet descontraído, estimulado, com um microfone por perto é isso mesmo. O problema nem está em suas declarações, suas opiniões são bem conhecidas e nada de novo foi dito. O problema a meu ver é a reação das pessoas que não entendem o contexto de tudo isso. Das disputas épicas entre os dois pilotos brasileiros, as rivalidades, os problemas de Piquet com a imprensa (principalmente a paulista, na época da Formula 3 - que favorecia Chico Serra em detrimento do então futuro tricampeão).
Eu acompanhei e vivi de perto aquela época. Não sou e nunca fui o maior fã de Senna piloto, mas reconheço seu valor, obviamente. Sempre fui fã do Nelson Piquet piloto, menos do Piquet homem. Ele nunca primou pela simpatia e nos meus contatos pessoais com ambos, sempre fui mais bem tratado pelo Ayrton, até por uma questão de idade. Falar sobre alguém que já morreu pode sim, afinal de contas a morte é apenas uma etapa e quando falamos de alguém que foi figura pública, dentro do contexto da atuação profissional, é válido a meu ver. O problema é que Piquet tem um baita telhado de vidro após o escândalo que acabou com a carreira de seu filho Nelsinho na Formula 1. Falar em sujeira, em bater de propósito, me parece irônico nesse caso. De qualquer forma, respeitemos a opinião do Nelson, mesmo sem concordarmos com ela, assim como respeitemos a memória do grande campeão que foi Ayrton. E eu nunca gostei da forma como ele tirou Martin Brundle daquele campeonato de Formula 3 ( eu estava lá) e tampouco de outras polêmicas com regulamento. Mas o Piquet também aprontou das suas para burlar regras, enfim.....o assunto não se esgota.
         Outro absurdo, a meu ver, a punição do piloto Cacá Bueno após comentários que ele fez via rádio com membros de sua equipe sobre a atuação de uma fiscal de pista. Cacá estava certo e a punição é um absurdo. Ele é um grande piloto e tem personalidade, e o fato de ser filho do mala do Galvão Bueno não deveria omitir isso. Os nossos cartolas e políticos pertencem a lata de lixo que a história lhes reserva.