terça-feira, 29 de dezembro de 2009

DOLCE FAR NIENTE



Amigos, comunico-lhes que fugi para o Hawai e estou muito ocupado em aperfeiçoar minhas habilidades de surfista.
Brincadeirinha: estou em Ourinhos, curtindo a família e cortando grama, pintando paredes, arrumando vazamentos de torneiras e tudo mais o que a patroa mandar. Essa época do ano é boa para isso. Volto mais tarde para comentar .... o nada. Apenas as besteiras proferidas pelo octagenário mais influente do automobilismo, Mr. Ecclestone, pois na falta de notícias novas e consistentes, as revistas e os sites estão "requentando" suas quase sempre polêmicas opiniões. Enfim, Cest la vie! Vou pegar minha prancha agora, porque estou enxergando lindas ondas se aproximando, no cair da tarde. Ou será a minha máquininha de cortar grama nova?
Abraços.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

POST NATALINOS


Por razões profundas demais que desafiam minha capacidade de garimpar o meu eu, não gosto muito desta época do ano. Sovinas, velhacos, políticos corruptos, parentes invejosos nos sorriem e nos desejam "feliz natal". Oh cazzo! Feliz o ano todo. Poucos dos que se consideram cristãos hoje em dia sabem o real significado do Natal. A festa foi mercantilizada, descaracterizada, adulterada, e virou um circo de horrores. Lançamentos inúteis de quinquilharias eletrônicas ou não que serão desprezadas e esquecidas antes que venha o próximo natal se tornam objeto de cobiça e devoção. Deveríamos devotar nossos pensamentos a algo como a compreensão, a generosidade, a compaixão. Não. Mandamos cartões (agora virtuais e tão mais práticos), aliás, mandamos não, disparamos-os para todos os cantos como dardos de nossa pseudo "generosidade" e "grandeza" da alma. Confundimos palavras vazias e pré-concebidas por outros com gestos e intenções. A ação justa e sincera salvaria tudo isso, mas não temos....tempo! Carecemos de um bem essencial, que nos foi dado com generosidade e parcimonia, o tempo; estamos sempre correndo em círculos tal qual o cachorrinho que quer alcançar o próprio rabo. Este, pelo menos, tem algo tangível a perseguir. E nós? Procrastinadores convictos, dizemos aos amigos "precisamos combinar algo", "passa lá em casa"....e mais um ano escorre fortuito na gigantesca ampulheta quântica sem nos darmos conta de que somos apenas marionetes. Joguetes de costumes, hábitos, convenções, aparências, conveniências em busca de preencher nossas respectivas misérias.
Estou amargo? Não deveria. Nem falo por mim, do ladinho de cá, pouquissimas queixas. Família linda, projetos em andamento, perspectivas boas e um ano que se fecha sem grandes arrependimentos. Difícil pedir mais que isso. Falo pela humanidade, pelo momento idiota que nossa triste raça atravessa. Destruímos o planeta com voracidade e mandamos milhares de pessoas para Copenhaguem para discutir nada. Gente do mundo todo confortavelmente instalada em hoteis cinco estrelas da Escandinávia. Viajando de primeira classe, comendo como porcos, esbaldando-se em dinheiro de contribuintes e pretendendo que estão a fazer algo útil. Hipócritas os políticos e seus medíocres serviçais. Hipócritas nós que aceitamos tudo. Mensalões, mentiras, roubo, extorsões. O Natal é uma festa Cristã! Não diga! Vamos portanto, resgatar algo da filosofia cristã por trás do que acontece. Más notícias, não existe papai Noel. Exceto para alguns felizardos, que são amigos do rei, que são da panelinha. Mas para estes, o Natal é o ano todo. Felizmente, daqui a pouco mais de uma semana todos terão se esquecido do Natal, das comilanças, das falsas promessas e voltarão às suas vidas de ratos. Correndo atrás, perdendo horas no trânsito impossível das grandes cidades, morrendo de medo de ser assaltados (sendo que o governo nos assalta 365 dias por ano por meio dos escorchantes impostos), brigando por uma vaga no estaciomento, comentando o absurdo das agulhas no corpo da criancinha. Nos indignamos da boca para fora, mas queremos mais, acumular mais, juntar mais, subir mais, não importa quantas cabeças tenhamos que pisar. Então, no final do ano, disparamos cartões para as cabeças esmagadas por nossos pés. Feliz Natal!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SCHUMACHER CONFIRMADO NA MERCEDES



Como tem sido especulado por aí, hoje aconteceu a confirmação oficial da volta do heptacampeão de Formula 1 Michael Schumacher à categoria, pela Mercedes (ex Brawn GP) de seu amigo do peito e irmão-de-fé-camarada, Ross Brawn. Múltiplas análises podem ser feitas do fato do retorno em si, previsões em relação ao desempenho. Eu brinquei num post de alguns dias atrás que a Schummy falta apenas a glória de morrer no auge, para se igualar a seu ídolo Ayrton Senna, e que talvez seja isso que sua megalomaníaca personalidade esteja buscando. Ele realmente não tem nada a provar e muito menos a ganhar. Se for campeão novamente, será apenas o oitavo título, e outros já retornaram e foram campeões, como Niki Lauda e Alain Prost. A aposentadoria o incomoda, certamente, vide suas corridas de kart e (doloridas) motocicletas. Quanto ao fato de ele ser competitivo, eu não tenho dúvidas que o será. Deve bater Rosberg com uma certa facilidade, mas isso eu falo como palpite, e opinião subjetiva. Até porque não acho que Nico seja essa maravilha toda. Livros de recordes, metas pessoais, novo sistema de pontuação, a temporada do ano que vem promete. Focado e motivado, não penso que Schummy entrará numa roubada, desonrando seu invejabilíssimo currículo, assim como não o fez em 2009 ao perceber que o carro da Ferrari era uma "bomba" (pobre Badoer) e que seu pescoço ainda doía. Schumacher é o Senna teutônico, obcecado, preparado e com um único objetivo: vencer! Não se enganem, portanto. Seus duelos com Alonso e Hamilton, principalmente, e com Massa e os outros, serão fantásticos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

PAIRA A DÚVIDA: CAMPOS E USF1 GP ESTARÃO PRONTAS PARA 2010?






































Quem lançou a pertinente questão é ninguém mais, ninguém menos que Bernie Ecclestone, o "cappo" da Formula 1. Segundo declarações dadas ao jornal "Times" de Londres, ele duvida que os projetos de ambas as equipes estejam prontos e em condições de competir na próxima temporada, a pouco mais de dois meses do início da mesma. Isso afetaria diretamente o piloto brasileiro Bruno Senna, o único já confirmado na Campos Meta. Todos sabem que Ecclestone anda meio gagá ( vide a idéia que apresentou em meados deste anos de substituir o atual sistema de pontuação por um que entregaria medalhas aos primeiros colocados), mas não convém descartar de todo suas observações. Por outro lado, pode ser uma pressão para o lado das equipes. Nós aqui do outro lado do mundo sabemos apenas que das equipes novatas, a Lotus apresentou os dois pilotos, Trulli e Kovalainen e parece ter um pacote técnico e financeiro fechado. A Virgin também parece estar bem na parada, tendo fechado bons contratos de patrocínio e confirmado dois bons pilotos, Timo Glock e o brasileiro Lucas di Grassi. Quanto à Sauber, o carro já existe (claro que adaptações terão que ser efetuadas devido á proibição de abastecimentos durante as corridas) e um dos pilotos, Kobayashi, confirmadíssimo. Restam a equipe norte-americana, de quem ninguém viu nem um esboço sequer, e o piloto que eles alegam ter assinado, o argentino José "tetinha" Lopez, requer maiores confirmações. O tempo dirá.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

REFLEXÕES SOLTAS E AMARRADAS



Sou um sujeito meio estranho. Além disso estou ficando velho e consequentemente meio sem paciencia. Some-se a isso uma certa dose de nostalgia, e a coisa fica complicada! Vou parar de rodeios e dizer logo o que foi o estopim desse estado de espírito e o embrião dessa postagem. Li no site Grande Premio que o espanhol Andy Soucek, campeão da recém criada (ou recriada) Formula 2 este ano, se mostra frustado pelo fato de seu título não lhe abrir portas na Formula 1. Vamos com calma nas conclusões. Apesar do cenário econômico difícil há uma multitude de categorias de acesso no automobilismo mundial, que por vezes, confunde até os aficcionados. Hoje temos Formula BMW, Formula Ford, Formula Renault, Formula Super Renault, Formula 3, World Series, Formula Super League, A1GP, e mais umas outras. O espanhol alega que a conquista do título de uma categoria que foi criada como formula de acesso direto, não está lhe dando a visibilidade necessária, e que se Max Mosley continuasse à frente da FIA, a história seria diferente.
Sendo saudosista, na minha época o piloto saía do kart, ia para a Formula Ford, quem sabe um estágio na Formula Ford 2000 ( Senna e Gugelmin fizeram isso), Formula 3 britânica, Formula 2 e para uns poucos e bons, a Formula 1. Mesmo assim, sempre houve aqueles que trilharam caminhos diferentes. Nelson Piquet jamais pilotou um carro de Formula 2. Alain Prost fez uma ou duas provas de Formula 2 e pulou para a Formula 1. Gilles Villeneuve veio do automobilismo norte-americano, mais especificamente da Formula Atlantic (equivalente na época à Formula 2, mas era bem mais barata). Ayrton Senna, já apontado como grande promessa desde os tempos da Formula Ford, sequer cogitou passar pela Formula 2. O que quero dizer é que os chefes de equipe da Formula 1 sabem muito bem onde ir buscar os talentos certos, com raras excessões. No ano em que Senna dominou o campeonato britânico de Formula 3, 1983, o grid era patético, com apenas 12 ou 13 carros e um único adversário de peso: Martin Brundle. Mesmo assim, os "tubarões" da Formula 1 sabiam que havia ali um piloto diferenciado, além de ter inegável apelo comercial. No caso de Kimi Raikkonen, o salto foi ainda maior, ele pulou direto da Formula Renault para a Formula 1, e teve inclusive, dificuldades para obter a "super licença", ganhando uma provisória. Peter Sauber havia concedido um teste ao campeão da Formula Renault como um prêmio, e surpreso pela velocidade e rapidez de adaptação do piloto, não hesitou e comprou a briga. O mesmo se deu com Felipe Massa, que da Formula Renault disputou o fraco campeonato europeu de F3000, tendo na época currículo bem mais modesto que outros brasileiros contemporâneos, como Enrique Bernoldi e Antonio Pizzonia.
A verdade é que mesmo disputando campeonatos secundários, contra oposição fraca, os "diferenciados" se farão notar. Há alguns anos atrás a conquista do campeonato inglês de Formula 3 era um passaporte certo para a Formula 1, mas isso deixou de acontecer. Inúmeros campeões de Formula 3 da Ilha, nem sequer chegaram perto de um carro de grande prêmio, apesar de que em alguns casos, achei injusto. Andy Wallace, por exemplo, cuja carreira acompanhei de perto, era um baita piloto. Gil de Ferran foi outro injustiçado campeão. Marko Asmer. O fato é que não adianta Soucek reclamar. O campeão da GP2 de 2008, Giorgio Pantano, que já tinha tido sua chance na Formula 1 nem foi cogitado para subir de categoria. Para ser piloto de Grande Prêmio o piloto tem que ter um dos dois ingredientes: ser um super dotado, ou ter um talão de cheques muito bem recheado ( caso de Sebastian Buemi). O resto, é poesia pura. Na mira dos tubarões existem alguns talentosos pilotos. Um deles é o francesinho Jules Bianchi, já de contrato como piloto de testes assinado com a Ferrari ( o fato é que ser empresariado por Nicholas Todt tampouco atrapalha). O filho de Alain Prost, Nicholas de 28 anos, também está comendo pelas beiradas e prestes a assinar com a Sauber. Como eu disse, para nós, os meros mortais, o resto é poesia. Pura ou não.

ÓTIMA NOTÍCIA PARA OS AFICCIONADAS DA AVIAÇÃO
















Segundo o UOL, o piloto brasileiro Adilson Kindlemann de Registro, SP, várias vezes campeão brasileiro de acrobacia aérea, vai disputar o Campeonato Mundial de Acrobacias no ano que vem. Adilson Kindlemann foi escolhido ao lado do tcheco Martin Sonka, de 31 anos, na edição 2009 da disputa classificatória para a disputa do Mundial, disputada no mês de outubro na cidade de Casarrubios, na Espanha"Esse é o ano mais importante da minha carreira. Trabalhei passo-a-passo, sempre focando nos pequenos detalhes para conseguir atingir grandes resultados", afirmou Adilson Kindlemann, que foi tricampeão brasileiro de voo acrobático entre 2001 e 2003.A primeira disputa do piloto brasileiro na nova categoria ocorrerá em março, quando ele voa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. O calendário da prova ainda não foi definido e o Rio de Janeiro pode voltar a sediar o Mundial de Corrida Aérea.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

E A SAGA CONTINUA, OU COMO EU QUASE ME TORNEI UM ENZO FERRARI




Bom, de decepção em decepção eu ia levando a minha (quase) carreira automobilística. Já estávamos em pleno 1984 ( uia....me lembro de George Orwell e o Big Brother), eu havia feito umas cinco ou seis corridinhas de Formula Ford bem mequetrefe, babado baldes em corridas alheias, ou seja, estava sempre sapeando pelos circuitos ingleses. Na temporada, de março a outubro, tem corridas em quase todos os circuitos, quase todos os finais de semana! É uma overdose boa, para os doidos como eu. Um final de semana eu ia a Brands Hatch (pertinho), no outro convencia um amigo e lá íamos para Thruxton, um pouco mais longe. Dava na telha, e lá estava eu em Silverstone, ou Snetterton. Via corridas de Formula Ford, carros saloon, prototipos, Lotus Seven, Catherhan, Formula Libre, Formula 3, Formula 2, o escambau. Conhecia os fiscais de pistas, os porteiros, os engraxates dos pilotos. Lia a "Autosport" de cabo a rabo na quarta feira mesmo, sendo que ela ia para as bancas nas quintas.
Numa destas quartas feiras, fazendo um balanço de minha quase vida de piloto, meio chateado, vi um anúncio pequeno, na seção de classificados da "Autosport". O anúncio era sobre a venda de uma fábrica de carros de corrida. Uma fábrica inteirinha! Nem mais e nem menos. Brasileiro, cavador, sonhador, quixotesco, cara-de-pau por excelência, resolvi dar uma ligadinha. O anúncio não especificava qual fábrica, nada. Estávamos na era do pré-e mail, portanto tinha que ser no telefone mesmo. Ligo. Atendem. Um sotaque estranho, do norte da Inglaterra. Fanho, o lazarento. Explico que havia lido o anúncio e queria saber do que se tratava, exatamente. O cara me disse, é uma fábrica de carros de Formula Ford, produzimos os modelos 1600 e 2000 (super ford, com asas e slicks). Qual fábrica? O sujeito me pediu o telefone, para retornar. Passei o número, e aguardei. Dito e feito, minutos depois o fanho na linha. Eu havia falado meu nome para ele, ele pediu para soletrar, e acho que pensou que eu estivesse de brincadeira, quando cheguei no FI RI PÓLL RI. Enfim, a fábrica era a Delta, eles tinham até ganho um campeonato europeu de Formula Ford 2000 alguns anos antes e o projeto de ambos os modelos era do Patrick Head! Nossa, o próprio, sócio de Frank Williams e muito competente Patrick Head. O problema é que estávamos em 84 e os projetos eram de 77 mais ou menos. Não houve evolução ou desenvolvimento. E o preço? O cara pigarreou, enrolou e me disse, entrego tudo, os moldes, os gabaritos, um monte de peças por dez mil libras. Fiquei besta. Dez mil libras? Poxa, para fazer uma boa temporada na Formula Ford numa equipe de ponta, tipo Van Diemenn, custava cerca de vinte a vinte e cinco mil libras, naquela época. Achei barato, afinal teria uma fábrica só para mim! Minha doida imaginação de espanhol misturado com italiano, mais a veia de escritor começou a viajar, e viajar e viajar.....
Marquei de ir conhecer a fábrica no sábado. Já se passaram vinte e cinco anos, portanto, não me perguntem o nome da cidade, esqueci. Também teria que tirar a fábrica de lá, pois o contrato de aluguel já vencera havia muito tempo. Bom, fui até lá e o que meus olhos viram, foi desolador: pouco mais que um estábulo (sem cavalos), com um monte de sucata, os gabaritos, as formas para as carrocerias em fibra de vidro, um pequeno cubículo denominado "Sala de engenharia", com uma prancheta velha e inútil, alguns blocos de motores, uns velhos e amarelados posters na parede. O problema é que sonhadores como eu, jamais enxergam com os olhos. O meu coração viu o embrião de uma grande fábrica, que futuramente iria produzir Formulas 3, quem sabe até, um Formula ! É eu sei, menos, Cezar, mas eu estava meio ferrado, sem muitos balões para me pendurar (e vocês pensam que o padre foi original! - eu sempre tive balões imaginários dentro de minha cabeça - só dentro dela, felizmente).
Enfim, volta a Londres, agendo uma visita ao meu gerente de banco, que falou, sem problemas, consigo te arrumar umas dez mil libras emprestadas. Cazzo! Eu tinha um bom emprego, vivia fazendo bicos, era espartano em meus modos de viver. Bom, comecei a "ciscar", a ler, a pesquisar. Tenho até hoje um monte de livros sobre Formula Ford, preparação, história, isso tudo. Conclui que precisaria de um novo projeto. O Patrick Head estava fora de cogitação, parece que na época que ele desenhou os Deltas, era meio sócio da empresa. Lembrei-me que eu conhecia um projetista de Formula 1, muito superficialmente, mas que admirava demais o cabloco. Consegui seu telefone com algum amigo em comum, e na maior cara-de-pau, liguei para o Ricardo Divilla! Acho que na época ele estava morando na França. Me atendeu na maior gentileza, com certeza ele não vai se recordar deste obscuro episódio, lhe expliquei o que tinha em mente, e ele me disse: é possível fazer um projeto novo sim, mas isso custa uns quinze a vinte mil libras. Agradeci a cortesia e comecei a preparar meu "Plano de Negócios". Não dava pé. Teria que comprar a fábrica, desenvolver um novo carro, construí-lo, colocá-lo para correr e só então, caso os resultados fossem bons, vender exemplares. Precisaria vender uns vinte chassis para recuperar o investimento inicial. Pensei, analisei, sonhei, e finalmente, percebi que se eu não conseguia dinheiro nem para correr com meu velho chassis, não seria capaz de captar tanta grana assim. Fiquei triste, mas telefonei para o sujeito dizendo que não iria mais comprar sua fábrica. E assim, o novo Enzo Ferrari, ou Ross Brawn tupiniquim, cessou sua quase aventura.
Nessa época eu já possuia o meu chassis Royalle, e comecei a me preparar para alinha-lo no maior número de corridas possível, para obter experiência. Mas ainda faltava um pouco de grana, portanto, comecei a "caçar" bicos de final de semana para me preparar para o ano de 1985. Mas ainda em 1984, algo de bom, muito bom, viria a acontecer. No próximo episódio, caso vocês continuarem a me aturar!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SEVEN


Restam sete vagas para completar o grid da Formula 1 em 2010. Dos dezenove pilotos já confirmados, nada mais que quatro são brazucas, mais de vinte por cento, nada mal. Uma vaga na Mercedes (ex Brawn) que muitos apostam irá para Michael Schumacher. Que tem cafungando em seu pescoço, Nick Heidfeld. A outra, claro, já é de Nico Rosberg. Uma vaga na Sauber, que tem Fisichella correndo atrás. As duas vagas da USF1 - dizem que o argentino José Maria Lopez já tem 98% de chances de obter uma delas, a confirmar. A Toro Rosso ainda não confirmou Jaime Alguersuari, parece ser questão de grana. A Renault tem uma vaga disponível para o segundo carro, o primeiro já é de Robert Kubica. E finalmente, a Campos Dallara tem uma vaga ao lado de Bruno Senna que pode ser de Pastor Maldonado (arghhh), de Vitaly Petrov (vixe), ou do bom veterano Pedro de la Rosa. Assim como nas melhores casas de leilão do mundo, quem der mais, leva!

MEMORABILIA PRECIOSA


Recebo via e mail, do amigo Kato Mercatto (que hoje atende pela alcunha de Marques do Jardim Europa, bairro nobre de Ourinhos) e a quem em breve quero entrevistar para esse humilde blog, uma foto histórica. Mas as palavras, melhor reproduzir as dele:
E aí Cezar ! Beleza?
Aproveito o post do Emerson , pra mandar uma foto que tiramos em dezembro de 1969 .
Fazia um dia ou dois que ele tinha chegado da Inglaterra com Jim Russell .Tínhamos saído do cocktail que a Bardhal ofereceu a ele pela conquista do título de formula 3 . Quando saímos de lá fomos em uma renca para o Hot Rod , uma lanchonete que era o poit da molecada acelerada na época , onde nós nos reuníamos . Foi uma noite formidável , lá pelas tantas o Emerson foi embora , tinha que buscar a Maria Helena em Congonhas que chegaria no onibus vindo de Viracopos . Ele estava meio ansioso , pois seria a primeira vez que iriam sair . O Manéco Combacau , se comprometeu à levar o Jim Russell pro hotel , não sem antes terminármos a noite no La Licorne . Acho que você não conheceu , não é do seu tempo . Era um lugar de encontro dos meninos que não faziam nada , com as meninas que faziam de tudo . Era o PUTERO chic na época , manjadíssimo . O véio não acreditava , rsrs achou o máximo . Saímos de lá amanhecendo o dia . Pra nós a molecada , você imagina , foi a glória . Uma noite realmente inesquecível . É isso aí , depois tem mais .
Forte abraço

Mike

TORA TORA TORA



Quem é quarentão ou cinquentão, como eu, há de se lembrar daqueles velhos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial. Eu curtia especialmente assisti-los, para observar os aviões de combate e as cenas de vôo e as incríveis peripécias dos pilotos. Quando os japoneses resolveram atacar o arquipélago de Pearl Harbour no Hawai, precipitando a entrada definitiva dos americanos na guerra, o grito de combate dos kamikazes japoneses era: "tora tora tora". Parece que isso quer dizer tigre e servia como um mantra para aqueles valentes.
Hoje li que o kamikazer Kamui Kobayashi assinou para pilotar para a Sauber e, assim como milhares de outros, gostei da notícia. Com apenas duas provas na Formula 1 em sua carreira, ele já demonstrou que não se intimida com cara feia ou portas fechadas e acelera fundo. Boa Sauber!!!l

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

OSCAR NIEMAYER : 102 ANOS DE VIDA!!




Nem sou tão fã assim dele, como pessoa ou arquiteto, uma vez que discordo de suas visões políticas, e não aprecio os "monstrengos" de concreto armado que plantou pelo planeta afora. De qualquer forma, há que se respeitar qualquer cidadão que passa da marca dos cem anos, em especial com lucidez e com uma obra mundialmente conhecida e reconhecida. Parabéns!!!

VIRGIN CONFIRMA DI GRASSI



Anunciado hoje em Londres o que todos já sabiam: o brasileiro Lucas di Grassi será mesmo o companheiro ( e ex-adversário dos tempos da GP2 em 2007) de Timo Glock na nova equipe Virgin Racing (ou Manor). O John Booth, que é um velho conhecido meu dos tempos da Formula Ford britânica da década de 80 conseguiu unir um grupo de pessoas interesses ao redor de seu projeto, com apoios de bons patrocinadores, destacando-se claro, a quase-mitológica figura de Sir Richard Branson, fundador do Grupo Virgin. O site deles ainda está um pouco "verde" e não mostra a figura do segundo terceiro piloto ( estranho isso, a equipe tem dois terceiros pilotos), o brasileiro Luiz Razia. O primeiro terceiro piloto, é o português Alvaro Parente. Acho que Razia tem talento sim, e fui crítico de sua assessoria de imprensa ao longo da temporada passada, quando competindo pela Coloni na GP2, e seu piloto se classificava em vigésimo alguma coisa, emitiam nota narrando suas mínimas impressões. Ao final do campeonato, ele se redimiu um pouco com uma vitória na corrida curta de Monza, mas de qualquer forma, acho precipitado entrar na Formula 1 aos vinte anos, pulando algumas etapas. Entrar na Formula 1 pode ser uma força de expressão, pois as atividades de treinos e testes estão severamente limitados durante a temporada, tornando a figura do terceiro piloto uma quase quase decorativa. Com certeza, tanto Razia quanto Parente, precisaram contribuir com alguma grana pela "honra", e sinceramente, não vejo onde está o possível benefício disso. Enfim....os tempos mudaram.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

MULHERES SÃO SEMPRE PERIGOSAS

Pobre Tiger Woods. Deu uma pequena derrapadinha e já ficaram pegando no pé do rapaz. Mas o que alguém que tem uma Ferrari dessas na garagem precisa sair para dar voltinhas em porsches, camaros e até fusquinhas? Sossega, rapaz.

O DILEMA DO FANTASMA QUE NÃO QUERIA TER MORRIDO


Olha....antes de começar a (re) escrever esta postagem: não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem! Escrevi duas vezes, na primeira, ao salvar, toquei algum botão invisível que simplesmente deletou tudo o que havia escrito. Na segunda, acabou a energia elétrica e novamente, tudo se perdeu. Talvez não devesse tentar a terceira vez, mas como dizem os ingleses : " third time luck!"
Vamos lá. Destino. Implacável, caprichoso, acho que é meio gay, pois age como as mulheres, é impulsivo, às vezes birrento, guarda mágoa. Mas quando decide premiar alguém, hummmm, sai de baixo, porque esta pessoa vai ter muita sorte na vida.
Um dia, no final da década de sessenta, nasceu na Alemanha um menino queixudinho. Quis o nosso amigo Destino, que este viesse parar justamente numa família de classe média germânica ( diferente da nossa classe média, mas aí já é tema para outra crônica) e que o pai dessa família tivesse como emprego ser zelador de um kartódromo municipal. O menino era persistente e sempre gostou de treinar, praticar, aperfeiçoar, como bom alemão. Começou a dar umas voltinhas nos karts dos garotos mais abastados, testando chassis, amaciando motores, "queimando" pneus. Meninos ricos geralmente são preguiçosos. Esse menino a quem o Destino resolvera premiar, começou a correr e a se destacar. Para os carros foi um pulinho e os resultados continuavam a ser bons, muito bons. Nosso amigo Destino, de novo, interfere e decide que uma famosa montadora, da estrela de três pontas, após muitas décadas afastada das pistas de competição, resolvesse criar um programa de apoio a jovens pilotos. Claro que nosso amigo queixudinho era um deles, mas havia outros de maior destaque, como Frentzen e Wendlinger.
Apareceu uma oportunidade de correr na Formula 1, novamente graças ao Senhor Destino, quando uma besta quadrada (e menino rico e filhinho de papai) chamado Bertrand Gachot, piloto da Jordan, resolveu dar uns sopapos num motorista de taxi em Londres. Preso, foi obrigado a perder uma corrida e a montadora da estrela de três pontas resolveu bancar uma corrida para seu protegido, para ver o que dava. Deu. Próxima etapa, compraram o lugar de um brasileirinho bom de braço e ruim de marketing, Roberto Moreno, na Benetton. Lá corria outro brasileiro bom de braço e ruim de marketing, mas com um currículo mágico, Nelson Piquet.
O queixudinho foi bem, e encontrou sua nêmesis, na figura do muito competente e pouco ético Flavio Briatore. Outro componente que reunia doses demais de talento e de menos de ética, Ross Brawn (olha o destino aí novamente) também estava lá.
O maior ídolo e ponto de referência era um terceiro brasileiro, bom de braço e de marketing, e quis o Destino, esse implacável senhor, que uma curva chamada Tamburello estivesse no meio do caminho, sinalizando o fim.
Carros mandrakeados, uma boa dose de malandragem (brasileira por osmose) e um tanto de desonestidade (manobra sobre Damon Hill) e nosso amigo queixudinho tornou-se bi-campeão mundial. Nesse interîm, a maior das equipes atravessava um período de vacas anoréxicas, e precisava de algum catalizador para levantar a moral e os resultados do time. Destino: nosso amigo. Alguns anos de muito treino e determinação, montando a equipe técnica de seus sonhos e nosso herói começou a demolir todos os recordes de seus antecessores. Permanecia um, do mais admirado e invejado, aquele brasileiro que parou na Tamburello: o de incríveis sessenta e cinco pole positions. O Destino ainda lhe colocou dois companheiros de equipe, adivinhem, brasileiros. O primeiro, um ser cordial e por demais dócil, foi fácil de domar. O segundo, inexperiente e promissor, seria o sucessor. Aposentou-se no auge, nosso amigo, com marcas incríveis: sete campeonatos mundiais, noventa e uma vitórias em Grandes Prêmios, pole positions, voltas mais rápidas, voltas na liderança, ele tem todos os recordes.
Outro dia uma revista inglesa publicou uma pesquisa realizada com um monte de ex pilotos de Formula 1, sobre quem seria na opinião deles, o maior. Quis o Destino que o eleito fosse aquele brasileiro que não foi batido, aquele que parou na curva que não deveria existir. Isso foi demais para nosso amigo. Ele tem tudo: a glória, os números, os fatos. Só que sendo tão escravo do Destino, e tão obcecado em ser o primeiro, que resolveu bater outro recorde: morrer no auge, como aquele outro piloto em cujo funeral milhões choraram.
Nosso amigo vai deixar uma confortabilissima aposentadoria, uma vida de príncipe para tentar forçar o Destino a lhe dar o lugar que é seu de direito. Quer ser o maior mártir da história. Assinar um contrato milionário com a marca da estrela de três pontas, num time dirigido por aquele mesmo Ross Brawn que esteve presente nos seus sete títulos, pode apenas ser coisa do.....Destino!

LOTUS (PARAGUAYA) ANUNCIA TRULLI E KOVALENTO


Sinal dos tempos. Antigamente, um piloto de um certo cartel, uma certa estatura, jamais consideraria arriscar sua reputaçao e sua carreira numa aventura. Correr na Formula 1 era o máximo, mas havia limites para isso. Me recordo de alguns pilotos bons, que ao ficarem sem opções para dar prosseguimento às respectivas carreiras, preferiram sair de forma digna. Alguns tentaram voltar, a lista é muito extensa, com diferentes graus de sucesso. Me lembro da "retirada" de Niki Lauda, que nem chegou a completar a temporada de 1979, e que ao voltar para a Mclaren em 1982, despertou muitas dúvidas. Respondeu com o título em 1984, e saiu fora no final de 1985 de novo, ainda competitivo. Alan Jones brigou com Carlos Reutemann e despediu-se no final de 1981, e voltou, gordo e desmotivado, numa Arrows em 1983. Desastre, foi para a Austrália beber cerveja. Retornou uma vez mais em 1986 com um bom projeto (no papel) a Lola de Carl Haas, bancada pela gigante Beatrice Foods e ao lado de Patrick Tambay. As coisas não correram a contento e reputações foram manchadas.
Agora os pilotos na ativa, perdem os lugares, caso de Trulli e Kovalainen e pulam em qualquer canoa furada. No ano passado, quando Rubens Barrichello e Jenson Button aceitaram fazer parte da nova equipe Brawn, era uma boa opção, pois a base da equipe ambos conheciam bem, sabiam que havia algum dinheiro da Honda e havia o Ross Brawn como aval de qualidade. Agora esse tal de Tony Fernandes, que misteriosamente conseguiu inscrever uma equipe onde outros falharam, com um projeto que ninguém viu, pessoal técnico idem, consegue atrair dois pilotos médios da ativa. Sei lá. Trulli sempre foi um piloto mediano, com momentos de extrema velocidade. Kova, é ruim de doer. Mesmo assim, ambos são pilotos que conseguem classificar um carro e levá-lo até o final, portanto, melhor que os tal de Fauzi qualquer-coisa. Eu acho que estou mesmo ficando velho. Adorava os velhos tempos e as incertezas que havia. Me lembro quando Jody Scheckter deixou a então grande Tyrrell e assinou com a novata Wolf, todos comentaram que ele teria cometido suicidio na carreira. Ganhou na estréia e quase papou o título. Nem Trulli e muito menos Kova são do quilate do Jody. Não espero milagres, mas pelo jeito, correr na Formula 1 hoje é tão fundamental, que até um senhor queixudo que já ganhou sete títulos e noventa e uma corridas, quer voltar. Será que ele ainda tem algo a provar?

sábado, 12 de dezembro de 2009

O CARA: SIMPLY THE BEST. THE REAL THING



Eu tinha talvez uns sete anos de idade e morria de medo de meu avô paterno, Raphael. Ele era um homem grande, imponente, forte, "self made man" por excelência, e as histórias a seu respeito o precediam sempre. Ele se sentava na varanda de sua grande casa, na rua Paraná em Ourinhos, onde hoje funciona uma empresa de eventos, e ficava olhando os transeuntes e lendo o seu jornal. Assinava o "Folha da Noite", precursor da Folha de São Paulo e com seus óculos grossos, percorria cada página em busca de informações e novidades. Naquele dia, eu cheguei como sempre, com um adulto, e fui lhe pedir a benção. Ele me chamou para sentar ao seu lado, eu hesitei, porque o delicioso cheiro de sonhos e outros quitutes que vinha de dentro do casarão era como um imã me atraindo. Pegou a folha de esportes do jornal, dobrou e me mostrou uma manchete e uma foto: aparecia um jovem taciturno, ao lado de um carro de corridas, acho que era um Karman Guia, me lembro do patrocínio da Bardhal, e disse: esse rapaz aqui é seu primo. O nome dele é Emerson. Olha uma coisa que você deveria fazer quando crescer: ser pilotos de corrida.
Não creio que entendi a dimensão daquela frase naquele momento. Jamais antes, ou depois, tive um momento desses com meu avô. Ele era fechado, formal, majestoso. Mas naquele momento, por alguma razão, me deu atenção. Eu era o neto homem mais velho, mas nem por isso tinha algum tipo de privilégio, ou coisa assim. Dois anos depois, meu avô estava morto, em fevereiro de 1969, e jamais viu o sucesso daquele rapaz de mãos no bolso, que carregava um sobrenome em comum, com o orgulhoso Rapahel Fittipaldi.
Meu pai já comprava revistas "Quatro Rodas" e "Autosporte" - coleção que em boa parte, intacta, está em meu poder ainda hoje. Os meninos de minha sala de 4ª série zombavam de minha obcessão em desenhar carros de corrida (charutinhos) em meus cadernos. O ano de setenta foi todo dedicado ao futebol. A copa do tri, no país dos militares e do oba-oba só tinha espaço para Pelé, Gerson, Tostão e Jairzinho. Ganhei de meu outro avô, materno, Bernardo Navas - um espanhol corintiano, de quem, quase trinta anos após sua morte, tenho muitas saudades, uma bicicleta Monark "Olé 70". Eu a imaginava uma Lotus 49C! No final daquele ano, Emerson, já na Formula 1 ganhou o Grande Prêmio dos EUA em Watkins Glenn, mas a repercussão aqui foi mínima. Setenta e um foi difícil para ele, pois sofreu um acidente numa estrada, e isso prejudicou sua temporada. Wilsinho e Moco se preparavam para ir para a Formula 1. No começo de setenta e dois, houve a corrida extra-campeonato em Interlagos, e eu com 12 anos queria muito ter ido, mas não consegui. Morria de inveja de quem estava lá, eu conhecia o grid todo de cor e salteado.
A partir do GP de Mônaco, a TV Globo passou a mostrar todas as corridas ao vivo, e isso fez do esporte uma coisa de massa. Emerson dominou o campeonato com aquela linda Lotus negra e se tornou um nome conhecidíssimo. Na escola, as gozações com todos os primos Fittipaldi era inevitável, e a gente levava numa boa. Tínhamos orgulho do sucesso daquele primo distante, a quem nem sonhávamos conhecer pessoalmente.
Fui vê-lo pessoalmente pela primeira vez durante o Salão do Automóvel em setenta e quatro, em Sâo Paulo. Eu, um tímido estudante do interior, prestes a completar 15 anos de idade, que conhecia tudo sobre o ídolo, que quis o destino dividia o mesmo sobrenome, estava na fila de autógrafos, e na falta de coisa melhor, coloquei na mão da moça, minha carteirinha de estudande do "Horácio Soares". No meio daquele monte de papéis e caderninhos em que ele rabiscava seu nome, Emerson levantou os olhos a procurar quem seria aquele garoto e nossos olhos se encontraram. Ele sorriu, acenou e me fez um sinal de positivo. O que aquele gesto significou para mim, foi além do que poderia descrever em palavras. Há muito havia decidido que queria ser um piloto também, e aquilo foi como um incentivo.
Alguns anos depois, ás vésperas de embarcar para a Inglaterra em busca de meu sonho, através de meu querido tio Aldo, recentemente falecido, tive a oportunidade de ir conhecer em pessoa, o meu ídolo. Fomos ao seu escritório na Avenida Faria Lima em São Paulo, e me lembro de seu carisma, suas roupas elegantes, seu perfume importado. Foi super atencioso, e me deu uma carta de recomendação, que aliás já postei aqui, endereçada ao Jim Russell. Na época, 1980, já pensava em aposentar-se como piloto, e a equipe Fittipaldi passava por dificuldades.
Na Inglaterra fui conquistando meu pequeno espaço. Ralava muito, juntava dinheiro e fui fazer a escola de pilotagem. De vez em quando ligava para a fábrica da Fittipaldi em Reading, e Emerson, gentilmente, sempre retornava minhas ligações. Me lembro de uma vez, que me convidou a visitá-lo num sábado, peguei o trem e como combinado, ele mandou alguém para me apanhar na estação. Eu só não esperava, que esse "alguém" fosse o Keke Rosberg, numa incrível Mercedes AMG, que aliás foi super simpático. Naquele dia, na fábrica estavam, além de Emerson, Keke, Chico Serra, piloto da equipe, o Alex Dia Ribeiro, a quem sempre admirei.
Em outra ocasião, Emerson me apresentou ao George Harrison, e eu nem para tirar uma foto ao lado daquele monstro sagrado! Me encontrei com o Emerson durante os testes coletivos da Formula 1 em Jacarepaguá (ainda não me conformo em terem destruído aquele autódromo) em começo de oitenta e quatro, onde também testava o Ayrton Senna. Emerson, naquele dia me apresentou a Tereza, sua nova esposa. Os anos passaram, Emerson virou Emmo, caiu, faliu, levantou-se e sempre mostrou um exemplo de caráter e determinação, de quem é predestinado. Se eu tive um ídolo na vida (e não gosto da idéia de ídolos, afinal somos todos humanos e falíveis ao extremos) este tem um nome: Emerson Fittipaldi. Quero deixar um grande abraço a ele no dia de hoje, em que completa 63 anos de vida vitoriosa, e uma pequena homenagem áquele garotinho de sete anos, que sente saudades de seu avô, que sabia das coisas. A vida é feita de fatos e pessoas. Temos que saber admirar quem tem valor, e através de seus exemplos, ampliar nossas dimensões de viver. Parabéns EMMO!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

COMENTÃRIOS CURTOS E TODAVIA OPORTUNOS SOBRE A OFF SEASON


Movimentada esta época do ano. Muitas definições por acontecer no que diz respeito à composição das equipes, a valsa mal ensaiada entre Silverstone e Donnington, finalmente e felizmente decidida a favor da primeira, a mudança no sistema de pontuação. Ufa!
Começando com os pontos. Cada um tem uma opinião a respeito. Eu particularmente, sendo chato e tradicionalista, me acostumei com o velho 9-6-4-3-2-1, ou seja, do primeiro ao sexto. Correram por este sistema, Wilsinho Fittipaldi, Moco, Alex, Ingo, Serra, Boesel, para ficar só nos brasileiros. A média do Emerson por exemplo, é de 1.95 pontos por GP, isso depois dos desastrosos anos da Copersucar (em termos de resultados, nada a ver com a dimensão do que foi feito, para lá de respeitável). Hoje em dia, um Nakajima ou Alex Yoong qualquer, ao chegar em décimo lugar (não tão glorioso assim, convenhamos) será um "point scorer" na Formula 1. A meu ver, desmerece um pouco a história da categoria e banaliza certas conquistas. Como se para a Copa do Mundo de Futebol, pudessem ser classificadas umas oitenta seleções, ao invés das 32 atuais (que já foram 16 nos tempos de outrora). Sei lá. Vejamos.
O caso de Lucas di Grassi. Como torcedor e brasileiro, fico feliz por ele ter alcançado o tão sonhado patamar. Acompanhei de perto a carreira de quase todos os brasileiros pós-Emerson que chegaram ao "topo do Everest" do automobilismo, a Formula 1. Espantei-me com a rápida ascenção de Boesel, eu que o conhecia pessoalmente dos circuitos ingleses, achava (e ainda acho) o Moreno muito mais piloto, mas o Raul teve seus méritos. Vi o Alex, o Chico Serra, o Ingo Hoffman (que merecia ter tido mais oportunidades) , vi o Moco chegar lá. Me lembro de torcer como um louco para o Wilsinho se firmar na Formula 1, pois conhecia suas qualidades, mas o destino não quis. Num vídeo do primeiro Grande Prêmio do Brasil de Formula 1, que andou circulando pelos blogs na semana passada, podemos ver o "Tigrão" pulando na liderança e a mantendo por duas voltas, num velho Brabham Bt34, liderando seu irmão Emerson, o argentino Reutemann e Ronnie Peterson. Tudo bem que a prova não era válida para o mundial e havia apenas 12 carros no grid, mas ele mostrou que tinha garra e atitude. Lamentavelmente sua carreira nunca realmente decolou. Mas o fato de ser um piloto de Formula 1 era uma credencial em si mesma. Depois, vi outros brasileiros chegando lá: Zonta, Rosset, Bernoldi, Burti, Pizzonia. Confesso que esperava mais de Zonta, de Bernoldi e de Pizzonia.
Por que dar tantas voltas? Bom, quando Massa chegou à Formula 1, não dava um tostão furado por ele ou por seu futuro na categoria. Estava (felizmente) enganadissimo. Seu currículo anterior era bem mais fraco que o de Bernoldi ou de Pizzonia, por exemplo. Senti muito quando Christian Fittipaldi resolveu largar um futuro auspicioso na categoria para ir para os EUA. Outro piloto, a exemplo do pai, que não teve sua merecida oportunidade. Quanto ao Di Grassi, vou ser sincero, e espero estar tão errado quanto estava em relação ao Massa: não acho que vá ser um dos grandes. Já rodou muito, tem bons resultados, mas me parece, sem conhece-lo pessoalmente, um tanto arrogante. Assim como Nelsinho Piquet (que agora, desempregado, parece ser mais humilde, pero no mucho). Humildade e arrogância não têm muito a ver com talento, mas eu ainda prefiro os pilotos estupidamente talentosos e humildes. Simplesmente acho que Di Grassi não é melhor que Piquet, Grosjean e outros do mesmo naipe. Espero sinceramente estar enganado e lhe desejo toda a sorte do mundo.

E LA VAMOS NÓS: MAIS UMA LISTA DO MELHOR


Final de ano é assim mesmo. Eu decidi fazer uma lista do melhor gari que já conheci, do melhor inspetor de alunos, do melhor síndico de prédio, do melhor zelador, da melhor manicure, do melhor guarda de trânsito. Sem demérito algum a estes profissionais. Agora foi a vez da Autosport inglesa, respeitadissima bíblia dos amantes do automobilismo que fez uma pesquisa com mais de duzentos pilotos e ex-pilotos de Formula 1, submento-os a um questionário e a resposta foi: Ayrton Senna. A lista tem no total 40 nomes, e é claro que difere da minha, e da sua, e do Zé Tortinho. Mas é uma lista válida demais, até porque quem respondeu o questionário esteve lá dentro.

1- Ayrton Senna - Brasil
2- Michael Schumacher - Alemanha
3 Juan Manuel Fangio - Argentina
4- Alain Prost - França
5- Jim Clark - Escócia
6- Jackie Stewart - Escócia
7- Niki Lauda - Áustria
8- Stirling Moss - Inglaterra
9-Fernando Alonso - Espanha
10- Gilles Villeneuve -Canadá
11- Nigel Mansell - Inglaterra
12- Emerson Fittipaldi- Brasil
13- Nelson Piquet - Brasil
14- Jochen Rindt - Austria
15-Mika Hakkinen - Finlândia
16- Alberto Ascari - Itália
17-Lewis Hamilton - Inglaterra
18-Jack Brabham - Australia
19-Ronnie Peterson - Suécia
20-Mário Andretti - EUA

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

DIA DO PALHAÇO


Sou um eterno e incorrigível otimista. Levo pancadas, vejo coisas, abano a cabeça, sacudo os ombros e sigo em frente. Sou do interior e tinha medo de circos. Mais especificamente, tinha muito medo dos palhaços. Por que? Não sei dizer, vai perguntar ao molequinho de 6 ou 7 anos que eu era, aliás, aquele molequinho era muito mais sábio que o homem de 50, apesar de que algumas características permanecerem as mesmas. Mas o homem desaprendeu um monte de coisas, as naturais, as mais sábias. Acha que aprendeu um monte de trecos sofisticados, escrever com floreios, tomar vinho, portar-se bem socialmente, discutir temas "relevantes" sem passar vergonha, degustar uns lances que nunca fizeram falta ao molequinho. E vai se iludindo, achando que sabe mais, que é mais esperto, que tem " visão holística". Visão holística o escambau. E para rimar, escambau com Cabral, desde o tempo deste último, que nossa Terra de Santa Cruz é um espaço lindo e cruelmente desigual. Aquelas promessas todas de que aqui " em se plantando tudo dá...." (eita milongueiro esse Caminha) continuam a ser verdadeiras, mas apenas para os capitães das Capitanias, que cada vez mais são hereditárias. Se vocè trabalha, é classe média, paga impostos, não pertence a um sindicato qualquer (em minúsculo mesmo), não formou ou se juntou a uma "panelinha", então você, meu amigo, pertence ao grupo dos Palhaços, assim como eu. Mensalões? Dólares nas cuecas? Nomeaçoes de parentes e apaniguados para os melhores cargos? Filho de ex-ministro das Minas e Energia que se torna multimilionário com informações sobre jazidas que deveriam ser secretas? Ora, se este não é seu caso, junte-se a nós e vamos comemorar nosso dia, hoje e nos outros 364 dias do ano. Impostos escorchantes? Taxas de condomínio altas? Paga impostos em dia, mas precisa ter um bom Plano de Saúde para ser dignamente atendido numa hora de necessidade? Paga impostos, mas precisa pagar escola particular para os filhos, para que estes continuem na ilusão de obter melhores oportunidades? Paga impostos, mas precisa também pagar pedágios caríssimos para circular nas estradas que seus impostos construíram? Opa....carteirinha de brasileiro pro'Cê! E de brinde, a de Palhaço Brasileiro! Bem vindo ao meu clube. Comemoremos juntos!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A VOLTA DOS CUCARACHOS



Eita mundinho este que vivemos. Na década de 50, com o advento das comunicações em massa, e o surgimento da Formula 1, alguns governantes resolveram investir em pilotos de seus países para divulgar os mesmos no exterior. Casos notórios o de Juan Manuel Fangio, que foi bancado pelo caudilho Peron, que entre os muitos milhões que roubou, fez este bom investimento. O governo brasileiro do não menos caudilho Vargas, ensaiou um apoio ao Chico Landi, mas acho que não foi tão eficaz, apesar da habilidade do piloto. Ao longo da história da Formula 1 muitos pilotos foram bancados por governos, ou mesmo por "sponsors" particulares, como o caso de James Hunt, que era financiado pelo Lord Hesketh. Raul "Bozó" Boesel, teve o beneplácito do Presidente Figueiredo, e graças aos bons contatos pulou umas boas etapas para chegar à Formula 1 em 1982 na equipe March, com dinheiro da Embratur e do Café do Brasil. Agora o argentino José Maria Lopez, que é bi campeão da TC 2000 (categoria de turismo argentina) parece estar com o passaporte comprado para o mágico mundo dos grandes prêmios, graças ao governo Kirchner. Segundo o site www.grandepremio.com.br, é 98% certeza que ele será um dos pilotos da gloriosa USF1, equipe do raposão Peter Windsor. Este e seu sócio Ken Anderson devem desembarcar em Buenos Aires ainda esta semana para ter um encontro com a Presidente Cristina Kirchner na Casa Rosada. Quanta prioridade! O próximo talvez seja o tal Pastor Maldonado, piloto aloprado e que é protegido do homem que está destruindo a Venezuela, o caudilhote Chaves. E la nave, vá.

O DIREITO DE OPINIÃO E AS RESPONSABILIDADES DELE


É interessante o poder dos blogs. Todos podemos escrever o que bem entendemos, sem nos lixarmos para um mínimo de coerência sequer. Posso afirmar por exemplo, que vi um disco voador, ou a nova chegada do Messias, ou mesmo que Lula é honesto. Mesmo se contestado, com a parca audiência de meu humilde espaço, as repercussões serão insignificantes
Leio diariamente o blog do Flavio Gomes, que tem um texto primoroso. Quase sempre discordo de suas opiniões não-automobilísticas. Costumava escrever nos comentários, mas parei. Quando ele escreve sobre corridas, carros antigos e coisas assim, dá gosto ler. Quando escreve sobre outros assuntos, política e futebol, eu discordo. É um direito meu. O problema é que o rapaz tem um temperamento meio raivoso, não aceita críticas que os leitores fazem, ou ponderações em contrário. Direito dele, claro. O duro é que ele é incoerente. Hoje ataca os governos do Estado e da cidade de São Paulo. Manda bala. Eu não sou advogado do Serra e muito menos do Kassab, haja vista que nunca morei em São Paulo, capital. Concordo com muito do que escreveu. O duro é que ele usa dois pesos e duas medidas, e não me lembro de ter lido algo a respeito do mensalão petista, uma única linha. Que os Arrudas da vida apodreçam nas prisões e suas almas penem no inferno por toda a eternidade. Agora, que os petistas também paguem e sejam igualmente criticados. Os problemas de São Paulo, mesmo eu não sendo um especialista, existem há muito tempo e boa parte da responsabilidade é da população mal-educada que joga lixo em qualquer lugar. Que os governantes têm responsabilidade, é óbvio. Agora, quando nas mãos do PT, o que houve foi um aparelhamento terrível, assim como hoje acontece nas estatais e nos (inúteis) ministérios e secretarias criados à mancheia pela besta barbuda. Repito, se em meu humilde espaço eu escrever uma barbaridade qualquer, vai gerar no máximo uns quatro ou cinco comentários. Nada. Mas um jornalista com a audiência do Flávio Gomes, precisa ter mais coerência. Ou não.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

CURTINHA: SILVERSTONE GARANTE O GP DA INGLATERRA POR MAIS 17 ANOS



Essa certamente é uma boa notícia para os amantes da velocidade e da tradição: o circuito onde tudo começou, onde se realizou a primeira prova válida para um campeonato mundial de Formula 1, no longíquo 1950, Silverstone, acaba de segurar um acordo com Bernie Ecclestone para continuar a sediar a prova por mais 17 anos. Donnington Park havia feito fortes ataques á posição de Silverstone, e num determinado momento parecia certo que a prova seria transferida para lá. Mas os problemas financeiros, devido ás altas somas exigidas pela FOCA inviabilizaram a transferência de circuito. Na Inglaterra, ao contrário da maioria dos países, a prova é realizada exclusivamente pela iniciativa privada, sem ajuda do Estado. Ponto para Damon Hill, presidente do BRDC e ex-campeão mundial de Formula 1, que sempre manteve a calma e continuou trabalhando em prol da realização da corrida em Silverstone.

sábado, 5 de dezembro de 2009

RECORDAR É VIVER

Me deu uma saudade danada dos meus tempos de piloto. Sabe como é, sabadão a noite, recordar é viver! Corri contra diversos dos pilotos que estão nesse vídeo, e tenho grandes memórias desse circuito que cheguei a conhecer tão bem.



PALAVRAS, SUAS INTERPRETAÇÕES E POLÊMICAS GRATUITAS























Não sou advogado de ninguém, muito menos do Dunga, mas desta vez tenho que entrar em "campo" para defendê-lo. Ao afirmar que o Brasil iria enfrentar o Brasil B na Copa da Africa do Sul, não vi menosprezo algum em sua afirmativa, muito pelo contrário, percebi uma grande dose de carinho, pelos laços culturais, afetivos e principalmente porque 3 dos jogadores de Portugal são brasileiros naturalizados, Deco, Liedson e Pepe. Não conheço o Carlos Queiroz ou o seu trabalho, mas acho que ele foi precipitado em ofender-se, e ao mencionar a única memorável derrota da equipe brasileira para a equipe portuguesa, na distante (e polêmica) Copa de 1966 na Inglaterra, onde os comandados do grande Eusébio ganharam do Brasil por 3 a 1, incorreu numa besteira monstruosa. Primeiro porque como disse o próprio Dunga, "passado é passado". Depois porque este jogo à parte, os cartéis (ou como dizem os portugueses, "palmares") de ambas as seleções não podem jamais ser comparados. O Brasil é cinco vezes campeão do mundo e duas vezes vice-campeão. Só isso o coloca num patamar de Ayrton Senna contra Pedro Chaves (nada contra o simpático piloto luso - mas é bom mantermos as perspectivas). Mesmo assim, isso continua a não importar, porque o que realmente conta é o presente e o futuro. Nesse contexto temos que respeitar todos os adversários, da Coréia do Norte até Portugal e os outros se vierem. Ser Brasil B no futebol é um elogio e tanto, e não o contrário. Sempre torci por esportistas portugueses (era fã declarado do grande Carlos Lopes, fundista memorável), e torço pela entrada do Alvaro Parente na Formula 1 no ano que vem, por ser português e por merecer lá estar. Polêmicas as temos sempre, mas nesse caso o senhor Carlos Queiroz está fazendo uma tempestade num copo de água.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

OFF TOPIC : O SORTEIO DA COPA DO MUNDO


Gosto de futebol, mesmo que raramente escreva sobre aqui neste espaço. Hoje foi realizado o sorteio das chaves do próximo campeonato mundial, na África do Sul, no ano que vem. Acho que o Brasil pegou uma chave pedreira, porque fácil, no papel só a Coréia do Norte. Tanto Costa do Marfim quanto Portugal podem dar trabalho. Não sou fã e nem tampouco apreciador do trabalho do técnico Dunga, assim como jamais gostei do jogador Dunga. De repente passamos a ser medrosos, praticar um futebolzinho medroso, meia-boca, cauteloso ao extremo. Pragmatismo é para os saxões, temos mais é que sermos fiéis aos nossos instintos latinos. De qualquer maneira acho a CBF uma caixa preta terrível, com manipulações e interesses excusos. Ano que vem na Copa, vamos esquecer tudo isso e torcer como doidos. Gosto de Portugal, isso não é segredo algum, e espero que eles acertem o bom time que têm.
A África do Sul foi um país magnífico, mas tinha uma mancha enorme, o "apartheid". Estão tentando se encontrar novamente, curando as cicatrizes, remendando as feridas. Faço votos para que a Copa ajude nesse processo de recuperação de um país que por pouco não se desintegrou completamente. Que o esporte una os espíritos e os fortaleça. Quatro anos depois, será a nossa vez de sediar novamente uma Copa do Mundo, e esta será um prólogo para os Jogos Olímpicos de 2016. Temos muito trabalho pela frente!

DA SÉRIE "PERGUNTAR NÃO OFENDE": E A FORMULA VE?


Só para encher o saco e não deixar o assunto morrer.

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTADO DAS COISAS. OU NÃO.


Observando atentamente ao desenvolvimento das coisas da Formula 1 para a próxima temporada. Algumas conclusões preliminares:
-Bruna Senna não teve muita escolha e teve que ir para a Campos Meta. O problema é que a equipe está prestes a assinar com um cabeça-de-vento para o segundo carro. Tanto Pastor Maldonado (com dinheiro do petróleo do Chaves) ou o Vitaly Petrov ( vai lá se saber a origem dos dólares do russo) são peças menores, pilotos afobados que em circunstâncias normais jamais passariam perto de um carro de Formula 1. Ao longo da história, dezenas de pilotos com muito maior capacitação nem ao menos foram cogitados, por falta de oportunidades ou grana mesmo. Nos recentes testes para os jovens pilotos na Espanha, Paul di Resta, piloto da DTM surpreendeu a todos com tempos consistentes à bordo de uma Force India. Entrevistado pela revista "Autosport", sua sobriedade britânica chega a assustar. Afirmou que não vê a menor possibilidade de chegar a correr de Formula 1, pois não dispõe de apoio de fortes patrocinadores, mas que adorou a experiência e etc. Se algum piloto latino, da Formula 3 sul americana B, passar perto do caminhão de uma equipe de Formula 1, ele sai afirmando para todos os lados que está "em negociações" e prestes a assinar com uma equipe top. Voltando a pegar o fio da meada: acho que para Bruno Senna teria sido muito melhor ser o segundo piloto de alguém experiente, com uma carga de responsabilidade menor e tentar apenas obter quilometragem e experiência. Mesmo a Campos Meta sendo uma equipe pequena, as cobranças serão inevitáveis, devido ao fardo do sobrenome. Campos a propósito, está no Brasil, dando entrevistas e fazendo contatos com potenciais patrocinadores brasileiros. Eu particularmente, acho meio em cima da hora, pois à essa altura, as grandes corporações já fecharam seus orçamentos publicitários para 2010, mas quem sabe?
Kimi vai mesmo correr um ano de rally e diz que volta à Formula 1 em 2011. Duvido. Tem muita coisa mal contada nessa história. Um campeão do mundo, em plena forma, ainda que um pouco desinteressado, despedido antes do final do contrato, numa época em que sobram vagas em outras equipes, sair da categoria.....sei não. Tem algo estranho no ar...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CURTÍSSIMAS



Finalmente a FIA confirmou o que todos esperavam: a 13ª vaga do campeonato do ano que vem para a equipe Sauber, ex-BMW, que por sua vez é ex-Sauber....rs. Enfim, as peças começam a se encaixar. Fortes rumores que a Renault vai mesmo sair "a francesa", ou seja de fininho. Como eles assinaram o Pacto de Concórdia que prevê participação até 2012, teriam que pagar pesada multa à FIA, caso desistissem. Estão tentando encaixar o David Richards, com sua Pro-Drive, vendendo o projeto, os carros, fornecendo motores, etc. Resta a pergunta, e o narigudão Kubica? Este deve mesmo ir para a Mercedes, pois seu contrato é com a Renault e certamente não vai querer arriscar numa equipe nova e que ainda não está certa. Claro, em caso da Renault efetivamente desistir.
Em Jerez de la Frontera continuam os testes com a molecada que quer chegar à Formula 1. Ontem o mais rápido foi o bom britânico Gary Paffet, com a Mclaren. Hoje o mais rápido foi o australiano Daniel Ricciardo, com Red Bull. Em segundo um impressionante Paul di Resta, com a Force India, aproveitando ao máximo a chance que lhe foi dada. Baguette (que nome) que havia testado pela Renault hoje testou pela Sauber, e até que não fez feio. Três pilotos andaram pela Ferrari: Sanchez, Zampieri e Zippoli, mas nenhum impressionou como o garoto Bianchi, aposta certa para o futuro. O chines Tung tungou pela Renault por apenas 4 voltas, mas dizem que ele tem um saco cheio de tungdolares, veremos. Di Grassi, que já não é mais um garoto, pois tem 25 anos andou com a Renault - continuo não entendendo porque testa tanto, a esta altura a equipe deveria ter tomado uma decisão em relação a ele. Nos próximos dias teremos mais novidades em relação a pilotos, pois várias vagas ainda estão disponíveis no momento.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

NUMEROLOGIA COMENTADA


A FIA divulgou ontem uma lista preliminar das equipes inscritas para o mundial de Formula 1 do próximo ano. Algumas curiosidades, um monte de dúvidas. Vamos a ela:

Mclaren-Mercedes
1- Jenson Button - claro, o número 1 pertence por direito ao campeão.
2- Lewis Hamilton

Dupla fortíssima, mas acredito que Hamilton seja mais piloto que Jenson com sobras.

Brawn-Mercedes - o nome deve mudar para Mercedes.

3- Nico Rosberg - continua a ser muito badalado a meu ver. Não o vejo como um possível campeão, mas eu tampouco via o Button como tal. O pai também foi um campeão meia-boca, quem sabe a genética é generosa?
4- A confimar - piloto mais popular e desejado por muitas equipes. Brincadeira, claro, acho que depois que a "possibilidade" Schumacher acabar, vão olhar com carinho para outras alternativas. Espero que o Kovalento não tenha mais uma chance de ouro, ta parecendo o bunda mole do Couthard ou o Johanson, pilotinhos de meia tigela que sempre tinham ótimos carros a disposição.

Red Bull Racing-Renault - continuam com os motores Renault, que usaram de forma muito eficaz no ano passado.
5- Sebastian Vettel - ótimo piloto, vai dar trabalho.
6- Mark Webber - o canguru papudo vai ter que suar o macacão para acompanhar seu companheiro de equipe.

Ferrari - No papel uma das duplas mais fortes. Massa vem motivado e com renovada inspiração após o nascimento de seu filho. Alonso vai procurar se firmar na equipe, conquistando os mecânicos. Boas disputas à vista.

7- Felipe Massa - adoro o numero 7, assim como Emerson Fittipaldi o adorava
8- Fernando Alonso

Williams-Cosworth - Uma incógnita é o rendimento dos motores Cosworth. Barrichello é peça fundamental no desenvolvimento do chassis, que eu suspeito era bem melhor que Rosberg e Nakajima fizeram crer. Hulk é uma aposta certa para o futuro.

9- Rubens Barrichello
10-Nico Hulkenberg

Renault - Ainda não é totalmente certo que irá participar. Tem como maior trunfo o narigudo polonés Kubica. Se a equipe pular fora, ele encontrará emprego na Mercedes.

11- Robert Kubica
12- A confirmar - aposto no Kovalento aqui. Di Grassi já testou tanto, que se quisessem mesmo o brasileiro, o anúncio já teria sido feito. Grosjean, lento e arrogante, vai ter que recomeçar do kart.

Force India-Mercedes - Não sei por que pulam o número 13. Uma equipe simpática, que teve uma segunda parte de temporada, notadamente nos circuitos velozes realmente impressionante. E parece que seu orçamento é bem modesto para os padrões da Formula 1. Acertadamente, manteve seus dois bons pilotos para 2010.

14- Adrian Sutil - o alemão vem se firmando como um piloto sólido e confiável, a despeito de alguns acidentes inexplicáveis
15- Vitantonio Liuzzi - espero que não seja outro Trulli - cheio de potencial que nunca se realizou. Bastante veloz, acho que peca no acerto do carro.

Toro Rosso-Ferrari A equipe sofreu muito com a saída do "wunder kid" Vettel. Mesmo assim, Buemi não foi tão mal, e eu teria mantido o Bourdais. Jaiminho ainda é muito verde.

16- Sebastian Buemi - às vezes eu penso nele como um Pedro Paulo Diniz que pode dar certo. Veremos.
17- A ser anunciado - acho que vão manter o Jaime. Estão fazendo jogo duro com os patrocinadores do espanhol, e além disso, não tem coisa muito melhor no mercado a esta altura.

Lotus-Cosworth - Eu não gosto que usem um nome quase-sagrado para mim. Tem som de produto do Paraguay, falsificado. Se o Maldonado entrar com dinheiro da Venezuela e do fanfarrão Chaves, será mais paraguayo ainda. Incógnita.

18- A confirmar bom piloto este. Venceu inúmeros campeonatos de carrinho de rolemã e skate.
19- A confimar irmão gêmeo e homônimo. Também era fera em bafinho e em autorama.

Campos Dallara-Cosworth - Grande expectativa, principalmente pela presença do Bruno Senna. Só não gostei que ele afirmou que não levaria patrocínio. Um rapaz inteligente e bem articulado, mas isso é mentira. O número 21 é obviamente por causa de um de seus patrocinadores, a Embratel. Seremos impelidos a "fazer um 21" provavelmente pela voz do cada vez mais insuportável Galvão Bueno. Aguenta coração! Quanto ao pacote técnico, a Dallara é capaz de fazer um carro honesto e decente. Bruno estará aprendendo. Se tiver um companheiro de equipe experiente, algo pode acontecer. Se tiver um Petrov ou um Maldonado, vixe....

20- A confimar perigo a vista!
21- Bruno Senna tem que manter a cabeça e fazer seu trabalho. Um sonho dos marketeiros, espero que seja o sonho dos cronometristas também.

USF1-Cosworth caixa preta total. Veremos.

22- A confirmar se realmente entrar o tal argentino, José Maria alguma coisa, estará confirmado os piores temores de que a equipe é um caça niqueis do raposão Peter Windsor.
23- A confirmar

Virgin-Cosworth - Será irritantemente chamada de VC pelo irritante Galvão Bueno. Tem corpo técnico de respeito, conseguiram um piloto competente, Timo Glock - eu não gosto dele, mas é razoável, e talvez tenham o Lucas di Grassi. Provávelmente será a melhor das novatas.

24- Timo Glock - segundo os fãs de Felipe Massa, recebeu o número que merece.
25- A confirmar - se for o Lucas, será um motivo de torcida para os brasileiros.