Lá fora brilha o sol e o mar calmo, resplandece em suas ondas o eterno volteio das marés que simbolizam, de certa forma, a oscilação das vontades dos homens. Homens que complicam coisas simples para depois, ao resolver os problemas por eles mesmos causados, serem homenageados e cortejados. Homens de ternos, homens de óculos escuros, objetos de grifes, ritmos estonteantes e pouco tempo para coisas pequenas ou "frívolas". Caminham apressados em direção aos seus jatos particulares, cercados de "aspones" a lhes segurar as pastas, os blackberries, a olhar nervosamente para os pulsos que carregam pesados cartiers.
Esses homens são meninos e são mimados. Deixam que seus princípios morais se afrouxem à medida que o próximo brinquedo/objeto do desejo se torne elusivo. Eles têm iates, villas, amantes, bebem bons vinhos e viajam para os melhores lugares. Trocam de mulheres, geralmente com metade de sua idade, com certa frequência- modelos novos dão menos problemas e oficina. Fazem musculação, passam cremes, têm pedicures e manicures e alguns até psicanalistas, a quem contam as frustrações que papai e mamãe lhes causou na infância terrivelmente sofrida.
As portas lhe são abertas, conhecem pessoas interessantes - não que isso lhes faça muita impressão, pois sobra pouco tempo para apreciar algo em volta que não seja os próprios egos, refletidos pelos aduladores a todo instante. Vão rompendo limites, a adrenalina há muito perdida está de volta, os limites entre o ético e o legal está se estreitando cada vez mais. Limites? Ética? Decência? Conceitos que há muito lhes são estranhos, o que importa é saber fazer sem ser pego.
Aqui embaixo uma multidão de gente comum, marron, pequena e cheia de objetos pirateados, que gosta de música vulgar, roupas baratas, perfumes idem e chora nos últimos capítulos das novelas das nove, está revoltada.
OBS: Este texto singelo foi preparado por mim logo de manhãzinha hoje. Depois, cortesia de meu provedor, fiquei isolado do mundo pelo resto do dia. Posto agora. Não há mais o brilho do sol, mas as estrelas vigiam as falhas dos homens. E as trevas cobrem os bons e os maus, mas não igualmente!
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