domingo, 26 de julho de 2009

MAGIARES: CONSIDERAÇÕES PÓS GP HÚNGARO


A coisa mais fácil do mundo, dizem os antigos, é ser profeta do passado, vaticinando as causas dos acontecimentos, após estes ocorrerem. Várias coisas chamaram a atenção nesse final de semana atípico para os fãs do automobilismo:
- A semana começou com a comoção pelo falecimento do menino Henry Surtees em Brands Hatch. Um acidente lamentável, bizarro, e de difícil prevençao. Fatalidade mesmo. Sabe o que é pior em acidentes desse tipo? Pouco aprendemos com eles, pois a sucessão de fatos dificilmente se repetirá na mesma sequência. Bastava uma fração de segundo e a trajetória da roda poderia não ter atingido ninguém, ou mesmo atingido outro competidor.
-O "build up" para o GP da Hungria veio cheio de comentários sobre a (para muitos) precoce estréia do menino Alguersuary. Muita besteira foi dita e escrita. Tratavam o rapaz quase como uma espécie de Susan Boyle em quatro rodas, quando na verdade, apesar da pouca idade, e da pouquíssima experiência com um bólido da categoria máxima, o espanhol tem sim, muitos anos de automobilismo nas costas, e principalmente, a recomendá-lo, o título do campeonato Britânico de Formula 3 do ano passado. Bobo ele não era, e eu escrevi isso. Pode não ter feito uma corrida brilhante, não ter tido uma estréia "a la" Hamilton, mas não se desgraçou.
-O acidente com Felipe Massa. A exemplo do ocorrido com Henry Surtees, uma fatalidade. O fato da peça ter se desprendido do Brawn de Rubens Barrichello foi absolutamente incidental, mas houve, sempre há, cretinos que escreveram no sentido de responsabilizar Rubinho pelo acidente. Automobilismo é perigoso, andar de carros em nossas ruas é perigoso, andar de escada rolante pode ser perigoso, e viver, em suma, apresenta riscos. Massa vinha num bom momento na temporada, a Ferrari parece finalmente dar uma boa melhorada em seus carros, e é realmente uma pena que isso tenha acontecido. Duro também é a cobertura "quase" sensacionalista da Rede Globo, com o pobre Mariana Becker postada á frente do hospital em Budapeste, como se a qualquer momento o próprio Massa fosse sair e dar uma exclusiva á Vênus Platinada. É compreensível a preocupação com o estado de saúde do piloto, mas o excesso de "intimidade" permeada na narração sempre deficiente de Galvão Bueno, irrita sobremaneira.
-A situação de Nelsinho Piquet, capítulo XXI: com declarações grosseiras do sempre casca grossa Briatore, e sentindo-se seguro pela presença física de seu pai no circuito, Nelsinho desceu o nível e também apelou a grosserias ao dizer que Flávio é um empresário que não entende nada de corridas e coisas do tipo. Não gosto de Briatore, acho que ele e pessoas de seu tipo são o famoso "mal necessário" existente em todos os esportes que gostamos, mas Nelsinho não está com razão, por uma simples razão: lhe faltam resultados para questionar as críticas. Difícil defendê-lo, e classificando-se em 15º frente a pole position de seu companheiro de equipe lhe deixa em situação ainda mais constrangedora, sejam quais sejam as circunstâncias do treino.
-A decadência acentuada da Brawn GP. Classificando-se em posições inferiores no grid e tendo sorte em marcar dois pontos com Button, sua liderança, ainda ampla, está mais ameaçada do que nunca. Sorte para eles o abandono do ainda inconstante Vettel, e mais ainda a vitória de Hamilton ( que poderia ter sido de Webber).
-A retomada de forma da Mclaren. Hamilton mostrou que realmente é um campeão digno, nunca jogando a toalha e sabendo se aproveitar de circunstâncias atípicas para conquistar uma grande vitória. Alonso sabia que não tinha muitas chances de vencer, largando com tão pouco peso, mas sua punição e a consequente exclusão da equipe Renault do próximo GP é um tanto severa demais a meu ver. Já vi insinuações que isso poderia abrir as portas para a estréia do asturiano na Ferrari no próximo GP (da Europa), justamente em Valência, mas existem contratos, interesses, e essa hipótese é realmente muito mais uma suposição do que uma possibilidade.
- Rubinho, que tem uma habilidade incrível para falar coisas erradas nas horas mais impróprias, fez uma corrida muito abaixo do potencial que vinha demonstrando até então, parecendo ter se conformado em ser segundo na equipe, e no momento, quarto no campeonato. A temporada prometia muito mais ( e ainda não se encerrou, claro) , mas fica uma sensação de frustração geral para aqueles que torcem para o veterano brasileiro.
-GP 2: Nico Hulkenberger, mais líder do que nunca vem caminhando a passos largos para conquistar o título que muitos achavam que seria discutido unicamente entre Grosjean e di Grassi. Grosjen aliás, deu mostras de uma arrogância incrível, pois abalrro-0u seu compatriota Perera nos treinos, e quando este veio lhe pedir explicações, perguntou quem ele era. Oras....menos Grosjean, você ainda não é ninguém para desrespeitar assim a um colega e mais ainda, um compatriota. Parece óbvio que essa peça chegará em breve á categoria máxima, mas se mantiver seu desempenho dentro das pistas e a arrogância fora delas, será uma passagem relâmpago!

2 comentários:

Ron Groo disse...

Olha Cesar, eu estou de pleno acordo com você. A Brawn entrou mesmo num processo de decadencia acentuada.

Começo a temer pelo futuro da equipe no ano que vem.

Antonio Manoel disse...

Cezar

A Globo realmente porta-se como porta voz da F 1 no Brasil e o pior é que realmente ela é.
Mas vamos lá : O que é pior, a intimista produção da Globo ou o descaso total da Bandeirantes com os telespequi.., passando corridas pela metade e o Luciano do BRASIL, hiper mega plus ufanista falando todas aquelas abrobrinhas.
Quanto ao Rubens, o cara desanimou e ele precisa de alguem dando força, desanima facil, a Brawn já Elvis , falta tutu, que é o que sobra na Mclaren e Ferrari.
Qanto ao Nelson Pai, acho que ele tá aprontando alguma, talvez Willians ou Toro Rosso para o Piquet pimpolho, ainda torço por ele.
Valeu.
Abraço
Manoel