Domingo dá um gosto diferente na boca da gente. Tá certo que eu cozinhei e tracei um strogonoff, que não estava dos piores, mas não me refiro a este gosto em especial, e sim aquele gosto imaginário, intangível, que fica naquela dimensão esquisita entre o tato e a mente.
Este domingo estou meio compungido (adorei usar essa palavrinha que de tão esquecida no armário de meu dicionário mental, andava até empoeirada), com um certo nó na garganta. Pode ser influência do tempo nublado, ou da tragédia no Chile. Setecentos mortos e contando! Que época mais trágica estamos a viver: Haiti, Chile, tempestades no Brasil, na Europa, na América do Norte, hoje mesmo na França cerca de cinqüenta pessoas morreram devido ao mal tempo. Não há explicações para tanto sofrimento. Ou melhor, há explicações científicas e até políticas ( o homem via de regra é o culpado- e a vítima), mas no plano mental, espiritual, nada disso parece fazer sentido, e não faz mesmo. Por que sofremos tanto? Por que existe uma força magnética que nos atrai a tanta dor?
Hoje as Letras brasileiras perderam um dos seus maiores beneméritos, José Mindlin foi arrumar as estantes lá de cima. Grande empresário e colecionador de livros, dono de invejável cultura e espírito altruísta, doou a sua biblioteca particular ( um dos maiores acervos particulares do mundo) para a USP no ano passado.
Hoje é aniversário de setenta anos de um grande sobrevivente: Mário Andretti. Nascido numa parte da ex-Yugoslávia, que na época pertencia a Itália, emigrou cedo para os EUA onde construiu, ao lado do irmão gêmeo Aldo, invejável carreira no automobilismo. Suas raízes européias eram bastante fortes no entanto, e também brilhou na Formula 1, pela Ferrari e depois pela Lotus, onde se sagrou campeão mundial em 1978 com um dos mais belos carros da categoria, o Lotus 78. Ganhou em Indianápolis também e foi diversas vezes campeão da CART. Grande Mário!
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