Mesmo sendo bastante subjetiva, vou usar alguns critérios:
1- Dificuldade técnica na condução dos carros;
2-Qualidade da oposição;
3-Regularidade entre os ponteiros;
4-Atitude de vencedor, de líder, postura;
5-Resultado em relação aos companheiros de equipe com equipamentos similares;
6-Tempo que demorou para atingir o ápice e tempo de decadência.
Vamos lá, sob quaisquer critérios, por mais passional que eu seja, e não considerando os Nuvolaris, Rosenbergs e Caraciollas que nunca vi correr, a minha lista é:
1- Juan Manuel Fangio. Alguns números: 51 Grandes Prêmios, 24 vitórias, 5 títulos mundiais e dois vice campeonatos. Os carros eram extremamente potentes e difíceis de controlar, perigosos, e ele trocou de equipe várias vezes. Um gênio e os números ainda não expressam tudo. Ver para não crer.
2- Jim Clark. Dois mundiais, um vice um terceiro em oito temporadas. Apenas três acidentes em 72 Grandes Prêmios. Vencedor das 500 milhas de Indianápolis, corria de carros esportes, Formula 2, e ganhava em tudo. Um gênio, velocíssimo e assertivo. 25 vitórias.
3-Ayrton Senna. Determinado, veloz, obcecado pelas vitórias, bom acertador de carros, profundo conhecimento mecânico. Motivado e reconhecido como o melhor por seus companheiros. Difícil dizer o que teria alcançado se não fosse aquele fatídico primeiro de maio em Imola. Três títulos, dois vices, um terceiro e três quartos lugares no mundial. 65 pole positions. 41 vitórias.
4- Jackie Stewart. Ritmo impressionante. Generoso, bom companheiro, líder nato. Incríveis 27 vitórias em 99 participações com três títulos em seu nome. Ganhou corrida na primeira temporada.
5- Michael Schumacher. Falso bom moço, determinado, talentoso,"fominha". 7 títulos, 91 vitórias em 249 corridas, o "papa-recordes". Sabia controlar o ritmo, classificar-se bem, 68 pole positions, não tinha pontos fracos. Apenas seu caráter o traiu algumas vezes. Terrível adversário.
6- Emerson Fittipaldi. Tenho mil razões para colocá-lo aqui ou mais alto na minha lista. Vamos considerar sua carreira pré-Copersucar: de piloto bem sucedido num obscuro país latino americano, sem tradição, a ida para a Europa e no espaço de apenas 18 meses saltar da Formula Ford, via Formula 3 (com título inglês) e Formula 2 para piloto oficial da equipe Lotus! Imagine hoje, seria como se um dos nossos garotos da Formula 3 sul americana fosse para a Europa e em 18 meses estivesse pilotando na Ferrari ou Mclaren. E isso com talento apenas. Estréia em Brands Hatch a bordo de uma velha Lotus 49 e chega em oitavo, pontua no segundo GP, com um quarto lugar na Alemanha, e vence o seu quarto Grande Premio! No ano seguinte, 1971, teve problemas, sofreu acidente de rua e ainda assim foi o sexto no mundial. 1972 dominou completamente um grid que tinha Stewart, Ickx, Regazzoni, Hulme, Peterson, Cevert, Beltoise, Amon, e mais alguns. 1973 vice campeão prejudicado pela própria equipe que contratou o veloz Peterson. 1974 muda-se para a Mclaren, traz a Marlboro, o maior salário já pago a um piloto, vence o título. 1975, vice campeão ainda com Mclaren. Era líder entre os pilotos e lutava pela segurança. Sempre com postura de campeão e muito ético. Ponto fraco: as largadas. Hoje em dia, com tudo automatizado teria ganho muito mais que os 14 Grandes Prêmios que venceu na primeira parte da carreira. Por idealismo passou os últimos anos lutando do meio para o fim do grid, mas nunca deixou de ser competitivo. Fez retorno no automobilismo americano, onde foi campeão e venceu as 500 milhas de Indianápolis duas vezes. Abriu caminhos para todos os brasileiros que o seguiram em carreiras internacionais.
7- Alain Prost. Suave e veloz. Números impressionantes e personalidade problemática. Muito egoísta, tinha dificuldades com companheiros de equipe competitivos. Gostava dos mosca-mortas, tipo Eddie Cheever ou Keke Rosberg. Teve problemas com Rene Arnoux, Niki Lauda, Nigel Mansell e claro, Ayrton Senna. Números estratosféricos pré Schumacher. 51 vitórias em 199 Grandes Prêmios. 4 campeonatos e 4 vices. Quase 800 pontos marcados.
8-Nelson Piquet. O "candango veloz" talvez seja o mais despretensioso campeão da história. Corria por prazer, nunca ligou para estatísticas ou frescuras. Desenvolvia os carros, treinava, pensava, inovava. Tinha um ritmo de corrida fantástico e quando pilotou os maravilhosos Brabham BMW em 83/84/85, era um espetáculo de segurar a respiração. Aqueles monstrengos com motores que duravam 3 ou 4 voltas produziam 1200 hp de potência. Tive o privilégio de vê-lo em ação em Brands Hatch, em Zandvoort, em Portugal. Era algo único. Sempre dominou os companheiros de equipe, exceto por Schumacher bem no final da carreira e Mansell, este sim, uma pedra no seu sapato. 3 títulos mundiais, 1 vice, dois terceiros, 199 grandes prêmios e 23 vitórias.
9-Niki Lauda. Um dos meus favoritos pessoais, o austríaco dentuço foi um dos grandes. Quando começou, pagando para correr (novidade naquela época), com um empréstimo bancário usando o nome de seu avô - que nada sabia, era dominado por seus companheiros de equipe. Sua auto determinação, seu progresso - tomava de cinco a seis segundos de Peterson no começo do ano, foram marcantes. Pilotou e foi campeão pela Ferrari, dominou o companheiro Regazzoni, sofreu acidente, teve a coragem de abandonar sob chuva torrencial no Japão, foi criticado, voltou, venceu. Parou, voltou, foi campeão, com cabeça, sem a mesma velocidade de antes. Um gênio. Língua mordaz, acaba de ser pai novamente aos 60 anos de idade. 171 corridas, 25 vitórias, 3 títulos, um vice.
10- Fernando Alonso. Derrotou Schumacher. Jovem, veloz, técnico, egoísta. Teve problemas com Hamilton numa Mclaren hostil a ele. Dominou amplamente todos os demais companheiros de equipe. Não desiste, combativo, com a Ferrari pode vir a conquistar muitas vitórias e títulos. Jovem ainda. 138 corridas, com 21 vitórias (contando Cingapura 2008), dois títulos. O único dos meus dez ainda em atividade.
8 comentários:
Está bem mais coerente do que a lista do Times!
Põe mais coerente nisso!
Grato moçada. Ainda assim é subjetiva.
Boa tentativa, Cezar!
Claro que nenhuma lista vai agradar todo mundo, nem se tiver mil nomes.
A minha teria varios que estao na sua, mas eu teria que excluir alguem para por o Rindt.
Acho mais facil fazer lista de 20, 10 e muito pouco para tantos grandes que existiram.
Abraco
Para mim estas listas nunca fizeram ou fazem sentido.
A maioria correu em epocas diferentes, com diferentes equipamentos e até em diferentes pistas.
Fica muito naquela de juntar vivos e mortos.
Gostei mais da sua lista , tambem colocaria o Rindt e talvez o Amon mas nunca esqueceria o Nuvolari e o Ascari .
Melhor que a do The Times com certeza. Só não sei se eu colocaria o Alonso entre eles. Mas tá bem coerente.
Boa, cara!
Gilles Villeneuve ao poder :) eu colocaria em primeiro lugar destacado :)
Abraço amigo Cezar, bom domingo.
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