quarta-feira, 7 de abril de 2010

TEMPESTADES EM COPOS D'ÁGUAS


Eu até tentei evitar os assuntos a seguir. Pensei com meus parcos botões (sou um homem zipado): deixa a poeira baixar e ninguém mais fala disso. Estou enganado. Fala-se do "deslize verbal" do Rubens e das acrobáticas danças de Hamilton sobre Petrov. Minha opinião, que aliás interessa só a mim a aos meus (eu ia usar parcos, mas como já foi utilizado lá em cima para definir a quantidade de botões, vou tentar "escassos") leitores, que aliás prezo muito.
Rubens é Rubens. Um caso a parte. Competente, veloz, bem sucedido num esporte de super elite, tendo vindo de uma família classe média paulistana. Chegou muito próximo ao ápice da carreira, um título que o consagraria e ungiria ao Olimpo Sagrado dos Deuses. Ele teima em bater na trave. Duas vezes com a Ferrari, ano passado com a improvável Brawn. Sua personalidade e suas declarações são similares, sacrilégio dos sacrilégios, às de Nelson Piquet pai. Que falava muita besteira também, mas respaldado por seus títulos e sua relação imperial com a imprensa. Detesto o "politicamente correto" que tanta mediocridade nos trouxe ao longo dos últimos anos. O pior não foi a declaração em frente ás câmeras de TV de que seu carro e o de Lucas di Grassi seriam "porcarias" ; o pior realmente foi o xenofobismo exagerado de certa parte da mídia e as explicações/remendos do próprio via site pessoal e twitter. Que se danem todos! Falei? Tá falado. Pelo menos eu agiria assim, após dezoito, sim dezoito temporadas ininterruptas como titular de um bólido de Formula 1. Isso deveria ser o suficiente para blindá-lo de certas reações, mas ele insiste em entender o mundo de uma maneira meio....digamos macunaímica, se é que me entendem. Ingênuo, magoa-se com os que vêm maldade, onde houve apenas a intenção de ser engraçado. Engraçado aliás, ele dificilmente consegue ser, mesmo quando participou de um programa dos Cassetas na TV, seu humor era trabalhado e anti-natural. Rubens é bom na pista. E está ficando bom em causar polêmicas desnecessárias. Que continue com a primeira opção e abandone a segunda. Para não perder a piada, acho que ele vai preferir a segunda....
Quanto ao Hamilton, o cara exagerou nas fechadas sim, mas o raivoso e cada vez mais maluco-por-Massa Galvão Bueno, xenófobo assumido, se pudesse, suspenderia a carteira do inglês por pelo menos umas vinte e cinco temporadas. De resto, tivemos uma boa corrida e muitas sub-histórias interessantes. Desdobramentos á vista. Fortalecimento moral de Massa dentro da equipe. Bons desempenhos de Kubica e dos pilotos da Force India. A ascençao da Toro Rosso. A interessante personalidade de Tony Fernandes, em contraponto com seu amigo pessoal Richard Branson e a interessantíssima aposta entre eles: o que pontuar menos no mundial (ambos são respectivamente os donos das equipes Lotus e Virgin) servirá como aeromoça (devidamente paramentada) num voô da empresa do rival. Imperdível! E claro, as sandices do velho Bernie: sempre tecendo ameaças aos circuitos que resistem aos seu estilo de negocião via rapinagem, ameaçando excluir "muitos" do calendário nos próximos anos, e incluir cidades como Nova York e Moscou no calendário. Que certamente estão muito preocupadas com a Formula 1 nossa de cada dia!

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