Primeiramente devo admitir que hesitei bastante em escrever e principalmente, publicar este texto. Devo dizer que não me considero mais capacitado ou abalizado para ter opiniões políticas e divulgá-las que a maioria dos brasileiros. No entanto, refletindo melhor, sendo cidadão critico por excelência, isento de paixões partidárias, e pensando, sobretudo no bem maior do meu país, quero dar aqui uma contribuição para que nossos destinos não fiquem definitivamente comprometidos em decorrências de escolhas equivocadas baseadas em informações falsas amplamente divulgadas ultimamente.
Devo começar dizendo que sou um estóico membro da minoria dos quatro por cento que de acordo com a máquina oficial considera o governo do presidente Lula “péssimo”. Já sei, vão dizer alguns, mas nunca antes na história deste país houve tanto progresso na diminuição das desigualdades” e por ai vai a lenga-lenga chapa branca. Mesmo assim, o fato de não simpatizar com a pessoa do “carismático” enganador-mor da Nação, não evita que enxergue alguns progressos reais obtidos em seu governo: a manutenção dos planos econômicos do governo anterior, o aumento da abrangência dos programas oficiais de bolsas família e assemelhados, a estabilidade econômica mantida á despeito dos temores antigos.
O que me deixa mais indignado é que o partido do senhor presidente, o PT, outrora “vendido” como um bastião da moralidade e da ética, tornou-se um dos maiores engodos da historia de nossa República. Sim, porque de modo geral, os brasileiros já enxergavam nos demais partidos, balcões de negócios onde os interesses dos políticos em muito se sobrepunham aos interesses da maioria da população. Os mensalões que não são um privilégio e nem tampouco uma invenção petista, encontraram no seio do seu governo um terreno fértil para prosperar e sofisticar-se. O infeliz aparelhamento do Estado e das empresas estatais por membros do partido, além de ser anti-ético diminuiu em muito a eficácia dos mesmos, pois os critérios utilizados nem passavam perto da eficiência ou conhecimento técnicos. Assim, bastava ser um membro “de carteirinha” do partido para obter um lucrativo posto ou “boca” numa das empresas estatais ou Ministérios (muito aumentados, a propósito). A Petrobrás que poderia ser uma das maiores e melhores empresas petrolíferas do mundo é um paquiderme se arrastando, e sua recente capitalização (e aumento da participação do governo petista em seu controle) é uma cortina de fumaça, para a re-estatização total da empresa que floresceu em seu curto período como empresa “de mercado”. Ao contrario, a Vale, antiga Vale do Rio Doce, ao ser privatizada, alçou vôos inimagináveis quando estatal. Tornou-se a maior exportadora brasileira e é responsável pela melhoria de qualidade de vida de milhares de pessoas no país, funcionários, fornecedores, associados e seus familiares.
No entanto, ideologias à parte, o que mais me incomoda no presente processo eleitoral são as mentiras repetidas à exaustão pelo governo e seu desastroso líder, que de tanto serem ditas, acabam se passando por verdades. Escapa-me a percepção de onde vem tamanha popularidade para um homem chucro, feio, deselegante, com um péssimo domínio de oratória e do idioma, sem cultura. Recuso-me a acreditar que o povo o idolatre por ver nele um seu semelhante. Ou então eu vivo num país totalmente diferente destas pessoas, pois não convivo com pessoas grosseiras, mentirosas, fanfarronas no meu cotidiano. Suas escolhas de política internacional são tradicionalmente erradas (Chaves, os irmãos-criminosos Castro, Evo Morales, e o ditador do Irã, Alminejad).
Não bastando o nosso presidente ser um embuste de estadista, um fanfarrão de boteco com uma biografia fabricada em photoshop generoso, ele tenta nos impingir uma farsante como próxima mandatária da Nação. Uma mulher autoritária, mentirosa (vide os títulos acadêmicos de mestre e doutora que colocou no seu falso currículo, e subseqüentemente, sem explicação alguma, subtraiu), e pouco afeita ao trabalho. O recente escândalo no Gabinete da Casa Civil ( ou casa Vil, como diz o jornalista Augusto Nunes) até poucos dias atrás encabeçada por sua fiel escudeira e mama-mor (arrumou uma Bolsa Louis Vuiton para sua patética família), parece não ter nada a ver com ela, mas na verdade o seu DNA e sua impressão digital está impregnada em cada detalhe dos sórdidos casos de corrupção e tráfico de influência.
Não vou recomendar voto neste ou em outro candidato. Acho-os todos falhos. Uma democracia que nos dá opção de votar em um candidato ruim e outro pior é um péssimo sistema. Uma democracia jovem, infectada por vícios centenários e hábitos truculentos. Ainda hoje, em algumas regiões do Brasil (notadamente no Nordeste, onde os cupinchas da famigerada família Sarney estão comprando votos a torto e a direito, e em Alagoas, onde o Renan Calheiros, figurinha conhecida e carimbada, também exerce as mesmas práticas ) vivemos sistema de feudalismo escravagista.
Mesmo assim, eu prefiro a democracia a qualquer ditadura. No entanto, o PT vem nos empurrando em direção a um precipício em que só vislumbro dois cenários: uma ditadura de esquerda, perpretada pelo próprio partido em seu ganancioso e grandiloqüente projeto de governar e esfolar o país pelos próximos cinqüenta anos, ou a ditadura de Direita, reagindo aos desmandos do partido sem ética que prega a política “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”.
E é em nome dessa democracia que eu conclamo meus amigos brasileiros a refletir com isenção e espírito critico sobre as próximas eleições. Que não nos deixemos enganar coletivamente pelas mentiras oficiais que pululam de todos os cantos. O governo subscreve e mantém a soldo centenas de publicações, sites e blogs. Sorrateiramente tentam monopolizar as informações e plantar as mentiras como verdades. Confio que as pessoas vão saber identificar onde estão estas influências e saber desmascará-las. No plano dos legisladores, que em ultima analise vão preparar e aprovar as leis que vão reger nossas vidas e as de nossos filhos e netos há candidaturas ridículas. Todos temos o direito de colocarmo-nos como postulantes a cargos públicos. Isso é legítimo e democrático. No entanto, cabe ao eleitor saber separar as brincadeiras das candidaturas sérias e conseqüentes. Assim como tem como responsabilidade reprovar aqueles que tratam o bem coletivo como seu próprio butim, temos que rechaçar por meio dos votos aqueles pára-quedistas que encaram a vida pública como uma forma de emprego gerado por uma popularidade obtida por outros meios. Que comediantes sejam comediantes, e ao se tornarem políticos, venham com propostas sérias e consistentes de acordo com a responsabilidade que pleiteiam.
Nossa nação é jovem demais e muito rica para sermos omissos. Temos muitas qualidades como povo e como país para desperdiçarmos mais uma oportunidade de colocar a nau no rumo certo em direção ao progresso e ao bem estar comum. Melhorar a distribuição de renda de fato, e não através de bolsas-esmolas que não apontam saídas, investir em Educação de qualidade para que as gerações futuras não entrem nas vidas profissionais sendo analfabetos funcionais, homens-zumbis tateando no escuro da desinformação e ignorância. Investir na melhoria do sistema público de saúde, principalmente na parte preventiva, com saneamento básico e normas de higiene. Trazer para a cidadania plena milhões que hoje se contentam em serem coadjuvantes silenciosos numa nação cujo destino é glorioso, mas que teima em fazer desnecessárias escalas em portos obscuros pelo caminho.
Pelo Brasil, pelo nosso futuro, reflitam! Que os melhores vençam e sejam abençoados com sabedoria e honestidade na condução de suas tarefas. Um brasileiro humilde, filho, irmão, tio, pai, marido, professor, pequeno empresário e principalmente, patriota, agradece!
P.S. = No ótimo livro de José Saramago cujo título inspirou o desta crônica, as pessoas vivem uma epidemia de cegueira branca, mostrando na penumbra as verdadeiras facetas de suas personalidades. Não deixemos que os lados da escuridão sejam o que vão preponderar.
7 comentários:
ASSINO EMBAIXO.
Rui Amaral Lemos Jr
Boa noite, crei um blog sobre futebol, e estou procurando por parceiros para trocar links
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Caso aceite a parceria deixe recado no blog seguido do link de seu blog
Obrigado desde já! Leo
Tambem assino embaixo. Claro, objetivo, inspirador e verdadeiro. Texto maravilhoso. Parabens
Bravo !!!!
Penso exatamente como você , com a diferença que não tenho a menor capacidade de passar pro teclado . Mas já é uma grande coisa , quando a gente não sabe , ser amigo de quem sabe . Parabèns pelo texto impecável .
Outra coisa , sem dúvida , vivemos em um outro país . Nossa esperança é o segundo turno , senão ...
Forte abraço , com os votos de pronta recuperação .
Mike
Eu nem culpo mais os partidos políticos pela sua pouca honestidade ou falta de ideologia... Culpo os eleitores.
São Paulo está um caos há anos e ainda assim elegem gente do PSDB, é gostar de sofrer.
Ou ser muito burro.
Quem trabalha com Educação na rede pública sabe.
Discordo democraticamente.
Só os quatro porcento exergam o país da forma delineada no texto?
A imagem externa do país é excelente, todos são tolos e estão sendo enganados?
Os 96% são tolos e desinformados?
O risco país (rating internacional)nunca esteve tão baixo.
O país descrito não teria chances neste mundo globalizado.
Os 4% são os brasileiros notáveis?
Obrigado aos amigos que comentaram.Achei legal me posicionar, uma vez que sou um cidadão e acho que a política afeta a todos nós mais do que admitimos. Tenho muitos amigos que dizem não "se importarem" com política, e eu digo que omissão não é a solução.Quanto ao PH Trade, concordo com a discordância, afinal, ele mesmo diz discordar democraticamente. Só questiono os índices de aprovação do governo Lula, que como se viu em relação aos institutos de pesquisas nas eleições, são manipulados. A imagem externa do país não é excelente assim, e as trapalhadas de nossa política externa nos fazem parecer um bando de tontos exóticos. A pixotada com a Bolívia foi patética, e Lula beijar a mão de Fidel Castro foi um ato imbecil. De qualquer forma, não acho que hoje tenhamos um horizonte de grandes mudanças, mas a médio prazo, certamente teremos aprendido a votar bem melhor. O problema é o custo que isso acarreta.
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