Sem nenhuma razão em especial, resolvi republicar aqui alguns posts antigos, como que para justificar meu blog. Vou colocar como foi ao ar, sem corrigir, e já detectei falhas....rs....só para ir lembrando!
Acredito que todos nós vivemos um determinado momento em nossas respectivas vidas em que algo nos chama a atenção e fulmina como uma paixão, que nem sempre sabemos áquele instante, será eterna. Minha quase fixação pelo automobilismo começou há muito, muito tempo atrás, e vou tentar descrever os fatos da melhor e mais objetiva maneira possível. Para um sagitariano, mistura de sangues espanhol e italiano, ser objetivo é um desafio e tanto....
Acredito que todos nós vivemos um determinado momento em nossas respectivas vidas em que algo nos chama a atenção e fulmina como uma paixão, que nem sempre sabemos áquele instante, será eterna. Minha quase fixação pelo automobilismo começou há muito, muito tempo atrás, e vou tentar descrever os fatos da melhor e mais objetiva maneira possível. Para um sagitariano, mistura de sangues espanhol e italiano, ser objetivo é um desafio e tanto....
Meu pai tinha uma pequena oficina de lambretas, vespas e assemelhados, e eu adorava flanar (essa palavra é ótima também.....hehe) por ali. Entre outras coisas eles preparavam algumas magrelas para competições em cidades do interior do estado de São Paulo, não me recordo de ter assistido a nenhuma ao vivo, mas adorava o cheiro de gasolina, de graxa, e principalmente, as conversas derivadas das corridas. Além disso, havia a pilha de revistas "Mecânica Popular", Quatro Rodas, Autoesporte e outras em casa, que eu escondido, fuçava e conhecia de cor. Na verdade, ainda possuo a maior parte dessas revistas, e o simples folhear em um exemplar me trás recordações preciosas. Vagamente sabia da existência de algum primo distante que corria de carros e parece, era bom no que fazia, de nome Wilson. Meu avô paterno, Raphael, um homem grande e grave, com óculos incrívelmente grossos e uma postura que me dava muito medo, um dia me chamou e mostrou uma matéria no jornal Folha da Manhã (precursora da Folha de São Paulo) onde os irmãos Fittipaldi apareciam ao lado de um fusquinha de corrida, com o número 7.
Alguns anos depois, aquele cara, magrinho e com nariz típico de nossa família foi para a Europa e o resto é história. Acompanhei pelo rádio a sua primeira vitória na Formula 1 em 1979, no GP dos Estados Unidos em Watkins Glen, e vivia pintando carros de corrida nos meus cadernos escolares. Eu era um tipo e tanto: magrelo, pouco sociável, metido a intelectual. leitor ávido de jornais e revistas, destoava dos outros garotos por não ligara tanto para futebol e sim, por um esporte que poucos conheciam naquela época, principalmente no interior.
Com o sucesso de Emerson, a Formula 1 começou a ser transmitida pela televisão brasileira, me lembro do primeiro Grande Premio do Brasil em Interlagos, em 1972, não valia para o campeonato, Emerson dominou com sua linda Lotus preta e dourada, apenas para quebrar próximo ao final, dando a vitória de bandeja para o argentino Carlos Reutemann, da Brabham . Pelo menos Wilsinho, com outra Brabham, chegou em terceiro. (Estou escrevendo isso sem consultar nenhuma revista ou site, portanto, perdoem- me por alguma provável imprecisão.
Acredito que a flecha fatal tenha sido disparada por essa época, mas eu sentia uma espécie de cíumes de outros também gostarem daquele esporte exótico que eu havia descoberto primeiro, e tinha pouquíssima paciência para as opiniões de leigos (assim eu os via) no que se referia a pilotos, carros e corridas.
O ano de 1972 foi fantástico para nós brasileiros, fans de automobilismo: Emerson venceu cinco vezes, derrotou o bambambam da época Jackie Stewart, outros grandes como Jack Ickx, Denny Hulme, Clay Regazzoni etc e sagrou-se o mais jovem campeão mundial da história (honraria esta que só viria a ser superada por Fernando Alonso em 2005, ou seja, mais de 30 anos depois). A grande imprensa descobriu a Formula 1 e o automobilismo em geral. Torneios internacionais se realizavam aqui no Brasil, outros grandes pilotos nacionais mediam forças com os melhores estrangeiros. Luiz Pereira Bueno, Carlos Pace, Lian Duarte, Fritz Jordan, Wilsinho Fittipaldi e tantos outros que fizeram parte do imaginário de minha infância. Dos estrangeiros me lembro sempre com carinho do Ronnie Peterson e sua incrível habilidade nas curvas. Gostava do Tim Schenken, um australiano quietão que ficou no caminho das promessas ( quero voltar ao tema: aqueles que não vingaram no caminho da glória e os motivos), gostava dos franceses, Cevert "o homem mais belo do mundo", gostava de Beltoise, de Depailler. Torcia pelo pequenino grande Arturo Merzario, admirava o Mario Andretti.
O texto está ficando meio longo, quero voltar a ele oportunamente. Por enquanto me desculpem aqueles que esperavam algo mais...digamos, profissional, mas essas reminiscências afloram de forma espontânea e meio sem nexo.
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