Estive fora ontem durante todo o dia, em compromissos inadiáveis. Peço desculpas aos meus parcos leitores que por ventura, tendo acessado o blog, nada encontraram.
O Grande Prêmio da Austrália, como se previa, foi uma daquelas corridas que vai ficar na memória de todos. A começar pela fato de ser um circuito não contaminado pelo Herman Tilke, ou seja sem graça e monótono. A chuva entrou como fator surpresa, separando os homens dos meninos. E as circunstâncias da prova também contribuiriam e muito para que esta fosse movimentada e interessante.
Gostei da vitória do Jenson Button. Eu sou meio esquisito, confesso: posso até duvidar da capacidade de um determinado piloto, mas quando ele se torna campeão mundial, principalmente sem ter feito muito até então (vide Keke Rosberg, Alan Jones e o próprio Button), torço para que ele se consolide, ganhe mais corridas, enfim, justifique o título conquistado. Poucos campeões (Villeneuve vem à minha memória, e pensando melhor, Jody Scheckter também) decepcionaram nesse quesito. Denny Hulme foi campeão sem brilho, mas era um dos ponteiros regularmente até sua aposentadoria, tendo ganho uma corrida em sua última temporada (GP da Argentina de 1974). Pois bem, com a ida para a equipe Mclaren, justamente ao lado do queridinho Lewis Hamilton, já ostentando seu próprio título, pensei que Jenson seria subjugado ao posto de mero escudeiro. No íntimo torcia para estar errado, pois como disse, um campeão é alguém com sangue real nas veias, que pertence a uma classe diferenciada.
A corrida de ontem foi copiosamente descrita e discutida em muitas páginas e blogs da net, de maneira muito mais eficiente que eu poderia fazer. De qualquer maneira, vou ressaltar alguns destaques:
1- A boa atuação de Robert Kubica e o fato da Renault não ser a bomba que se pensava a princípio;
2-A decepção que tem sido as atuações de Kobayashi. Falei que achava que estavam endeusando demais o japinha, e até agora ele está devendo e muito;
3-O fato do Karok terminar a corrida com o Hispania, foi um baita resultado. Essa idiotice que o Galvão Bueno fica repetindo, de que há duas categorias é para quem não conhece a história do automobilismo: por acaso as Osellas da vida reclamavam? Ou a Minardi? Ou tantas outras equipes que começaram de forma modesta ( Frank Willians, na época do saudoso José Carlos Pace, cujo carro era uma verdadeira lata velha). Três equipes novas, quase sem treino, duas corridas, é natural que estejam longe do ritmo. Mas a categoria se beneficia com novo sangue;
4-A boa corrida do Massa, que parece não esta intimidado com a presença do Alonso na Ferrari, isso é ótimo para ele e excelente para a Formula 1. Personalidade é um dos mais importantes atributos de um piloto;
5- As boas corridas e o baita elogio do Sam Michael ao Rubens Barrichello;
6- O pessoal pegando no pé do Schumacher. Ninguém sabe quais tipos de estrago o seu carro sofreu na batida do começo da prova de ontem, e ficam malhando o cara. Mal ou bem, duas corridas nos pontos, não acho ruim;
7-A decepção que tem sido o Nico Hulkenberg. Esperava mais do jovem piloto alemão da Williams. O tempo dirá;
8-As fracas apresentações da Virgin. Tanto Glock, quanto Di Grassi têm motivos para ficarem preocupados, menos talvez que o “Midas” Richard Branson, que esnobou a Brawn GP e entrou numa aventura com a Manor;
9- A “zica” de Vettel. O jovem alemão tem demonstrado ser o piloto mais rápido nesse início de temporada, mas o carro não tem ajudado. Seu errático companheiro de equipe Mark Webber andou passeando pelos templos do Santo Daime e estava mais doidão que boi vermelho em rodeio do interior;
10- A bela corrida de Hamilton. Acelera este inglesinho que dá gosto. Mas com a pressão de Button ( lembrem-se, ele é mimado demais na McLaren), pode se afobar e....
Um comentário:
Gostei dessa corrida, a primeira foi muito chata.
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