terça-feira, 7 de setembro de 2010

INDEPENDÊNCIA OU VIDA: QUANDO?


São cento e oitenta e oito longos anos desde o tímido grito ás margens do riacho Ipiranga. Pedro não tinha muitas alternativas e seguiu o que seus instintos lhe diziam: melhor ser o libertador e manter algum tipo de poder, do que deixar espaço para que outros o fizessem. Depois foi brigar com seu próprio irmão Miguel pela Coroa Portuguesa e entre suas muitas escapulidas sexuais, deixou sua marca na história de maneira indelével. Caminhamos bastante nesses quase dois séculos de vida independente(?!). Primeiro nos tornamos um país-continente consolidado em termos de território e cultura. Admirável. Exemplos de países com territórios muito menores que os nossos que ainda não adquiriram esta mesma condição existem aos montes . Crescemos de forma indolentemente tropical em direção ao interior e suas imensas riquezas. Trouxemos gentes de vários continentes e aqui nos fundimos numa raça heterogênea e pacífica. Adquirimos identidade nacional e nos macunaimizamos um pouco, nunca nos levando a sério demais. Bom!
A exemplo  do quadro acima, a história foi, está sendo e será muito maquiada por aqui.http://ultimosegundo.ig.com.br/1822/a+fantasia+de+pedro+americo+para+a+independencia/n1237770404907.html
 Parece que não gostamos da verdade,somos um país de fabulistas, preferimos o mito à realidade, sempre.Imagino que daqui a cento e oitenta e oito anos, tenhamos uma visão retrospectiva muito mais real sobre o momento que vivemos em 2010. Os engôdos, a manipulação da verdade a olhos vistos por uma classe de gente que fala uma coisa e pratica outra. Enchem as bocas para falar a palavra Democracia, mas querem calar a imprensa livre. Adulam ditadores de países periféricos, emprestando-lhes desmedida importância e têm dificuldades em falar de igual para igual com potências de fato (deve ser o tal complexo vira-lata que assola a pseudo-esquerda tupiniquim).
Assim como muitas coisas foram colocadas no quadro de Pedro Américo para criar um "efeito", nossos mandatários de plantão colocam fatos na mídia como se fossem verdadeiros. Num país de gente pacífica e ordeira, e em grande parte analfabeta funcional, isso cola. No entanto, eventualmente, nos civilizaremos. Nos tornaremos grandes, de fato. Deixaremos de pensar por procuração. Teremos adquirido espírito crítico e cultura de contestação real. Eles sabem, por isso os baixíssimos investimentos em educação. É conveniente que a manada, aplacada em sua fome de comida e circo por bolsas-esmolas e futebol/novelas de tv, seja ignara. Um país de nosso porte não merece a pequenez e a mesquinhez de sua medíocre classe política. Uma ficha Limpa de verdade causaria um cataclismo, não deixando pedra sobre pedra, e pouquíssimos candidatos em condições de tentar o pleito que se avizinha.
Ainda assim, sou otimista. Como dizia o brilhante poeta: "eu passarinho, eles passarão..."
Feliz dia da Independência, mesmo que ela ainda não tenha acontecido de verdade. Bravo Povo Brasileiro.

2 comentários:

carlo paolucci disse...

Master,

Anos após a verdadeira idéia de liberdade foi usurpada através de golpe de estado. Com a monarquia extinta, iniciou-se sucessivos golpes de estado, ditaduras, fechamento de congresso, e todo o lixo político q se perpetua até hoje. País tão lindo, povo tão espetacular. Ñ merecia a herança q um tal marechal Deodoro, monarquista convicto, impôs através da fôrça. Nossos países ficaram independentes quase ao mesmo tempo, mas aqui a monarquia significa o real sentido de democracia, sem corrupção. Pena.
Saidações belgo-monarquistas
carlo paolucci.

Rui Amaral Lemos Junior disse...

Caro Cezar, gostei muito. Quando alguem fala em luta contra ditadura e democracia hoje em nosso pais me arrepio, são os mesmos safados de sempre e que vc coloca tão bem nos devidos lugares.

Um abraço

Rui