domingo, 22 de maio de 2011

14 = QUATORZE


Once upon a time (Era uma vez) que pilotos de Formula 1 duelavam entre si, contra as muitas quebras de equipamentos pouco confiáveis, contra as precárias condições de segurança nos circuitos, contra a morte em cada curva e retas, contra a falta de remuneração decente que os obrigavam a correr em categorias menos nobres para fazer um pézinho-de-meia, e principalmente contra as magras estatísticas, pela magreza dos calendários, com dez, no máximo doze provas nos calendários anuais. Assim, grandes nomes como Denny Hulme e Jacky Ickx, reconhecidos e invejados, ostentam apenas 8 vitórias em Grandes Prêmios oficiais. Gilles Villeneuve, para muitos o protótipo de piloto fantástico (não estou neste rol, aliás) tem apenas 6 parcos triunfos para ostentar em seu cinturão rosso/Ferrari. Carlos Reutemann, semi-deus para os argentinos venceu apenas 12 vezes em sua longa carreira. E três dos meus ídolos maiores, a saber: Emerson Fittipaldi, Graham Hill (ambos bi-campeões mundiais e também vencedores da Indy 500) e o tri-campeão, Sir Jack Brabham venceram "apenas" 14 vezes cada em suas longas e brilhantes carreiras.
Pois bem: hoje um jovem (embora já campeão mundial) recém-saído das fraldas, conquistou seu décimo-quarto triunfo na categoria máxima. Perto dos números astronômicos de seu compatriota Michael Schumacher (incríveis 91 vitórias), Alain Prost (51 - boa idéia e igualmente incríveis), Ayrton Senna (41 nada desprezíveis vitórias), ainda há um longo caminho a percorrer. Mas estar ombro a ombro, e certamente logo superar os três monstros sagrados, não é para passar em branco. 
Com a inflação de provas no calendário, carros que quase nunca quebram, pilotos que são exaustivamente treinados "a la cyborg" nos cada vez mais sofisticados simuladores, a tendência é termos multi-vencedores e multi-campeões ostentanto cifras estatísticas astronômicas. Ou não. Porque temos vários pilotos com muito mais tempo de carreira na categoria máxima com nenhuma ou parcas vitórias. Riccardo Patrese? 256 provas para meras 6 vitórias. E olha que ele correu com alguns "canhões" como aquele Williams de 1992. A besta Andrea de Cesaris:? Mais de 200 Grandes Prêmios e nenhum triunfo. Jean Pierre Jarier. Jarno Trulli - apenas um único triunfo em sua longa-demais carreira.
Comparações são sempre complicadas. Mas o jovem Vettel vai caminhando a passos largos para ser um digno sucessor do demolidor de recordes, seu compatriota, o hoje velho e quase alquebrado Schummy. Que aliás, fez um corridão na Espanha.
Agora, quer uma estatística legal? Ou duas? Daquelas de ficar refletindo, principalmente porque na época os carros quebravam, quebravam, quebravam? Pense nos cinquenta e um Grandes Prêmios de Juan Manuel Fangio e suas "meras" 24 vitórias. Ou nos setenta e dois de Jim Clark e seus 25 triunfos. Ou nos 99 de Jackie Stewart e suas vinte e sete vitórias......Pense. Pense, e coloque isso tudo em perspectiva. Tenho ou não razão em ser um pouco, só um pouquinho saudosista?

Um comentário:

Rui Amaral Lemos Junior disse...

É, mudou tudo, hoje os pilotos de FI não vão mais à Tasmania muito menos correm de F3,F2, EP etc, no fundo a FI virou um circo sem tanto charme.

Abs