domingo, 14 de novembro de 2010

UM GRAND FINALLE = VITAL E SUA MOTO NUMA TARDE DE DOMINGO!



Um roteirista de Hollywood não faria melhor: a exemplo do que ocorreu em 2007 em Interlagos, onde o piloto menos cotado acabou sagrando-se campeão, no caso Kimi Raikkonen, hoje a história fez justiça ao esporte. Em primeiro lugar, premiou a equipe com maior senso de esportividade, punindo severamente a Ferrari, para quem fair play é apenas um detalhe pequeno. Em segundo lugar, puniu ao cappo mafioso Flavio Briatore, igualmente "manager" de Alonso e Webber, derrotados ambos, abraçados, arrastando-se tristemente no lusco fusco Dhabiano atrás de Vital e sua moto. 
Sempre escrevi que acho Alonso um tremendo piloto. Mas o que ele faz para manter-se na ribalta do automobilismo beira o mau-caratismo: em 2007 dedurou sua então equipe McLaren no triste episódio da espionagem contra a equipe Ferrari. Depois em 2008, beneficiado com a batida de Nelsinho Piquet em Cingapura, fez-se de bobo e pretende nada saber das maracutaias de Briatore. Na Alemanha em julho, ao ultrapassar Felipe Massa graças às ordens de equipe, fez pouco caso do episódio, que não aceitaria jamais caso as posições fossem opostas, isto é, Massa a ser beneficiado. Numa época em que o mau caratismo está vencendo em tudo de goleada — vou deixar a política brasileira de fora, prometo, mas não posso esquecer as mentiras do atual presidente de nossa bananana republic— ver uma equipe alegre, de bom astral e competente vencer é refrescante! Acho que Webber teria merecido ser campeão pelo que fez na pista na temporada, mas ele acovardou-se na última etapa, a exemplo do que antes dele fizeram Regazzoni (em 1974, Watkins Glen, perdendo o título para o nosso Emerson) e Carlos Reutemann (Las Vegas em 81, perdendo o título para o também nosso Nelson Piquet). Portanto, o título está em ótimas mãos. Hamilton também demonstrou seu valor, assim como o campeão do ano passado, Jenson Button, bons esportistas ambos, que valorizaram o podium de Abu Dhabi e a conquista de Vettel. Feio foi o papelão de Alonso em tentar atribuir sua derrota ao esforçado Vitaly ( ok, Vital e sua moto amarela) Petrov, e ao não cumprimentar seu adversário. Mesmo no site do jornal espanhol marca, as críticas de seus normalmente fanáticos torcedores/conterrâneos foram duras.
O fato é que mais um campeonato se encerrou e uma nova era teve início, a era Vettel. Acredito que o jovem emotivo que hoje sagrou-se o mais jovem campeão da história (até agora, recordes existem para serem batidos) terá uma carreira longa e brilhante. O título lhe dará maior segurança, assim como fez com Button e tantos outros, aliviando o fardo sobre seus ombros.
No balanço do ano dos pilotos brasileiros, em minha modesta opinião o único que sai com a reputação imaculada, senão melhorada é o que menos depende disso: Barrichello. Dado como acabado por muitos, o veterano resgatou a equipe Williams da posição de coadjuvante a que esta havia sido delegada por falta de habilidade política e comercial de seus dirigentes. Rubens fez um trabalho honesto e esforçado, e teve boas corridas durante o ano para ajudar a equipe a conquistar a sexta posição no campeonato de construtores, o que rende alguns milhões de dólares, muito úteis nesse momento. Felipe Massa teve um ano terrível, voltando de acidente muito grave e sendo sistematicamente superado na pista por seu companheiro de equipe menos na....Alemanha, onde ao obedecer ordens da equipe, teve que  relegar-se à posição de segundo inquestionável piloto, não importa o quanto negue. Terá que repensar seriamente sua carreira durante o inverno e ver se vale a pena ser o segundo de um piloto inescrupuloso e brilhante como Alonso, ou talvez a lá Barrichello, encontrar um nicho mais confortável numa equipe mais modesta que lhe permita ser feliz novamente.
Lucas di Grassi foi amplamente superado por seu companheiro Glock, e não adianta dizerem que eu não gosto do rapaz: são os números que provam isso, pois ele foi batido em dezessete vezes nos treinos, contra apenas duas vezes que largou à frente. Não fez nenhuma corrida realmente memorável e acho difícil que continue no ano que vem. Já Bruno Senna que tampouco fez a terra tremer com suas atuações na fraquíssima equipe Hispania, pode ter uma sobrevida se a engenharia de marketing e financeira que o colocarira a bordo de uma Lotus bancada pela Embratel sair do papel. Mesmo assim, para passar da rabeira do pelotão será tarefa árdua para o sobrinho do mito. Vamos torcer pelos nossos pilotos, mas temo que estejamos prestes a encarar uma longa entressafra de brasileiros na categoria top. Espero errar, mas a patética condução de nosso automobilismo doméstico pela CBA não me dá motivos para otimismo.
De qualquer maneira, parabéns ao Didi Maes.....(o dono da Red Bull), ao Helmuth Marko, ao Christian Horner, ao Adrian Newey e a todos que transformaram a porcaria da equipe Jaguar de alguns anos atrás, numa escuderia vencedora e campeã!

P.S : para aqueles que não conhecem, Vital e sua moto é uma música dos Paralamas do Sucesso da década de oitenta!
Petrov seguido por Alonso e Mark Webber no deserto!

2 comentários:

Alysson Prado "Balo" disse...

VETTEL PASSOU A SE SENTIR TOTAL, COMO SEU SONHO DE METAL E FIBRA DE CARBONO!

belo post Cézar, uma bela vitória quase que cinematográfica, e justa, uma pena algumas equipes acharem a F1 um jogo de cartas marcadas e impeça que muitos vitais, no sentido literal da palavra, nunca conquistem os seus sonhos sejam eles de metal ou não...AINDA BEM QUE RED BULL TE DÁ ASAS!

abs. e bom feriado!

ALYSSON PRADO "BALO"

Ron Groo disse...

Hahahahaha a foto final é magistral!