sábado, 20 de novembro de 2010

A QUESTÃO DA TROCA DE GUARDAS: VELHA PELA NOVA

O novo.
O velho.
Tenho lido em alguns blogs e sites alguns artigos comentando questões referentes à troca de gerações no automobilismo de mais alto nível, ou seja, a Formula 1. É irônico que menos de uma semana após vermos coroado o mais jovem campeão mundial de todos os tempos, Sebastian Vettel, no alto de seus vinte três anos de idade, já se fale em sucessão, na chegada de novos valores etc. Para começo de conversa: Vettel deve ficar na Formula 1 por um bom tempo, pois sua carreira, apesar de magnífica, ainda está no começo. Além dele temos outros grandes craques: Alonso, Hamilton (ambos já consagrados campeões mundiais também, muito obrigado),  Kobayashi, quem sabe Hulkenberg, quicá Alguersuary, Rosberg — eu não sou fá deste alemão, mas ele tem valor, claro — e falo apenas dos pilotos jovens. Deixei propositadamente de fora nomes como Felipe Massa, Jenson Button (também com um título a enfeitar e muito o currículo) e Robert Kubica. E é claro, Mark Webber,que pode sim, rebater novamente no ano que vem e conseguir o título que lhe escapou por pouco este ano.
Vários críticos fazem loas aos pilotos do passado, dizendo que naquela época os caras eram muito mais capazes, velozes, valentes, competentes e por aí afora. Eu não sou destes. Sei que tivemos grandes campeões no passado, lógico, alguns com competência técnica e carisma de monte, coisa rara hoje nos dias malditos dos assessores de imprensa que tentar "maquiar" personalidades inócuas e sem graça e transformá-los em verdadeiros gladiadores. Eu acho que hoje temos uma ótima safra de pilotos, justamente os que citei acima e uma leva de novos craques querendo entrar na categoria máxima pela porta da frente. O problema é que as vagas são limitadíssimas, sempre foram. Mesmo nos anos de 1989 e 1990, onde existiam quase quarenta bólidos e era necessário pré-qualificar, chegar a Formula 1 requeria muito esforço, competência e grana.
A questão dos pilotos pagantes é quase tão antiga quanto o automobilismo de competição em si. Já falei sobre isso aqui antes. Aliás, poucos brasileiros podem afirmar que ascenderam à Formula 1 sem terem que levar dinheiro, próprio ou de patrocinadores: Emerson, Piquet e Senna (coincidência, ou não, os três craques foram multi-campeões). Barrichello, Gugelmin, Christian Fittipaldi, José Carlos Pace, Wilsinho Fittipaldi, Luiz Pereira Bueno (fez apenas uma prova em 1973) todos pagaram ou levaram algum tipo de apoio. Mais recentemente me recordo de dois brazucas que conseguiram sentar nos postos mais cobiçados do automobilismo e não pagar: Ricardo Zonta e Enrique Bernoldi, infelizmente ambos sem sucesso substancial. Felipe Massa também parece não ter levado dinheiro para a Sauber em 2002, mas tinha um empresário que sabia e sabe das coisas, Nicolas Todt. Bruno Senna e Lucas di Grassi — outra vez vão dizer que pego no pé do rapaz, o que não é verdade — também levaram patrocinadores pessoais para suas respectivas cadeiras elétricas! Ah, estou sendo injusto com Roberto Pupo Moreno, o baixo tampouco jamais pagou para acelerar na Formula 1, exceto quando foi despedido da Benetton em 1991 e com o dinheiro da rescisão pagou para  acelerar a bela Jordan verde água.
De qualquer maneira, acho que o estoque de talentos na categoria máxima está bem estocado e pelos próximos anos, não precisamos nos preocupar! Espero que entre os futuros astros, haja espaço para alguns brasileiros, à despeito da piada que é a gestão da CBA.

"Baixo" e sua Jordan.

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