terça-feira, 21 de julho de 2020

UMAS PALAVRINHAS SOBRE O GP DA HUNGRIA DE 2020

Uma corrida interessante, excepto talvez pelo fato de Lewis Hamilton ter disparado na frente com sua imbatível Mercedes negra. Tudo é muito estranho na Formula 1 e no mundo em geral, corridas sem público perdem muito de sua essência. Sabemos que os cuidados são necessários, mas a atmosfera fica muito mais pobre sem as multidôes de ávidos torcedores. Abaixo, num vídeo curto eu faço um pequeno resumo de minhas impressões sobre a prova.


quarta-feira, 15 de julho de 2020

Formula 1 está chata ou estamos velhos?

Em 1988/89 se você não fosse fã de Senna ou Prost a Formula 1 seria chata também?

Faz tempo que quero escrever sobre esse assunto: a noção equivocada que muitos têm de que hoje as corridas de automóvel, mais especificamente de Formula 1 são piores que as do passado. A visão romântica de que "as coisas eram melhores então" não se sustentam por várias razões e eu vou tentar expor meu ponto de vista aqui. Claro que, sendo subjetivo, não tenho a pretensão de ser o dono da verdade e nem "lacrar" nada. Eu acompanho a Formula 1 via revistas e relatos desde a década de 60. Com a ascensão de Emerson Fittipaldi a TV brasileira passou a transmitir as corridas a partir do glorioso GP de Mônaco de 1972. Continuava acompanhando a "cobertura"  via revistas Autoesporte e Quatro Rodas e ficávamos ansiosos para a chegada do exemplar mensal nas bancas. A Placar passou a ter uma cobertura razoável também, e como era semanal e chegava às terças-feiras, muitas vezes as comprávamos também...
Deixando de rodeios, vou fazer uma pequena demonstração de como a Formula 1 de hoje é muito mais competitiva. Vamos pegar, aleatoriamente a temporada de 1966, onde houve uma importante mudança de regulamento, os carros passaram a ter 3000 ao invés dos 1500 de antes. Ou seja, hipoteticamente, ganharam o dobro de potência. Os astros eram Jim Clark, Graham Hill, John Surtees, Jack Brabham, Dan Gurney, Lorenzo Bandini e um jovem Jackie Stewart. Rindt estava começando e mais tarde viriam Ickx e outros. O primeiro grid foi na Bélgica, a temporada daquele ano teve apenas 9 corridas. O pole position foi o John Surtees a bordo da Ferrari e seu tempo foi 3.38. O décimo quinto colocado foi o Dan Gurney com seu Eagle com o tempo de 3.57. Somente quinze carros participaram daquela prova. A diferença entre o pole e o último colocado foi quase vinte segundos! O circuito era grande e na corrida apenas 4 carros chegaram ao final com a vitória de Jackie Stewart a bordo de uma BRM. Na próxima corrida, na França, a diferença também foi abissal e apenas cinco carros cruzaram a meta. Havia pilotos bons, mas seus carros quebravam muito. Havia pilotos médios e pilotos fracos. Na corrida da Alemanha, devido ao fato da pista ser enorme, precisaram completar o grid com carros de Formula 2. As condições dos boxes e dos padocks  eram para lá de precárias. Vou postar uma foto que vi hoje no facebook, já de 1972 no GP da Inglaterra:
O Polytoys de Henry Pescarollo que teve estréia infeliz e breve! Fotos Stuart Dent via Facebook.

A Mclaren de Peter Revson. No meio do paddock sem privacidade e nem frescuras.

O carro do campeão do mundo, Jackie Stewart sendo manobrado por um mecânico.

Pois bem: vamos avançar um bocadinho mais. Ao longo das próximas temporadas diversas corridas foram perdidas (e ganhas) a poucos quilômetros do final por falhas mecânicas. Os pilotos não tinham o preparo físico exigido e geralmente diminuíam o ritmo no final das provas. A preocupação com o preparo físico só foi se intensificar em meados da década de 70, e mesmo assim tínhamos pilotos playboys, como James Hunt que bebia e fumava o tempo todo. Havia boas corridas e más corridas. A corrida da Africa do Sul de 1967 por pouco não foi vencida por um piloto semi amador, a bordo de um carro particular (John Love - Cooper), se não fosse falta de gasolina no final. Ainda assim, ele parou nos boxes e chegou em segundo para o mexicano Pedro Rodriguez a bordo de uma Cooper oficial. Sempre havia um grupo de pilotos super eficientes, nas várias décadas em que acompanho a Formula 1 e também, os coadjuvantes. 
Hoje em dia, mesmo o piloto que alinha em último no grid ( geralmente George Russell e a Williams, ou seu companheiro Latifi) são vencedores e campeões nas formulas de acesso. Russell venceu a Formula 2 em 2018 batendo o badalado Lando Norris e o brasileiro Sergio Sette Camara. Não tem como o piloto cometer um erro crasso e não ser assistido por milhões, via câmeras onboard e telemetria implacável. Quero deixar claro que não estou malhando a Formula 1 de outrora. As coisas eram como eram, e só foram se profissionalizar mesmo nos anos 70 com a intervenção do gênio Bernie Ecclestone que viu o potencial do que tinha em mãos. Muitos daqueles que dizem que a Formula 1 de hoje é chata e que não há competitividade, vibravam com o domínio esmagador da Mclaren com Prost e principalmente, Senna, no final dos anos 80, começo da década de 90. Ou quando o Schumacher dominou a categoria por anos a fio. A supremacia de uma determinada equipe por alguns anos não é coisa nova. Aconteceu com Lotus, Mclaren, Williams, Ferrari e agora a Mercedes é a mais eficiente. No início da década passada a Red Bull ganhou quatro campeonatos em seguida com Vettel. Então, qual é o problema?  A Formula 1 ou a nossa visão subjetiva? É impossível não admitir que tivemos corridas excelentes nos últimos anos, mesmo que lá na frente as Mercedes estivessem ditando o ritmo. Porque corrida boa não se faz necessariamente só na frente. As disputas dos pelotões intermediários e traseiros podem ser muito empolgantes. Mesmo as disputas na pré classificação que ocorriam nos anos 89/90 eram muito acirradas, ainda que poucos estivessem de pé para assistir.
Temos pilotos pagantes? Sim, sempre tivemos. Hoje o acesso à Formula 1 é muito mais caro, pois o esporte é altamente profissionalizado. No passado tínhamos situações em que pilotos quase folclóricos, sem a necessária carteira ou habilidade chegavam a participar, ou tentar participar, de alguns Grandes Prêmios. Hoje isso seria impossível. Para obter a super licença é necessário acumular 40 pontos e estes são atribuídos através de um complexo sistema via Formulas de acesso.
A pessoa tem todo o direito de achar isso ou aquilo. Mas, francamente, dizer que antigamente as corridas eram melhores porque seu piloto favorito ganhava quase todos os domingos é muita miopia. Melhor torcer por Lewis Hamilton ou Max Verstappen então. Quanto á falta de brasileiros no grid não me afeta muito, pois aprendi a gostar de corridas de carros muito antes do boom brasileiro encabeçado por Emerson, Piquet e Senna. Quando a luz vermelha apaga ainda sinto um friozinho na barriga e passo a curtir cada ultrapassagem e cada manobra espetacular. Quem já esteve lá dentro sabe das complexidades que existem para se andar de forma competitiva numa pista num nível tão alto. A telemetria denuncia quaisquer erros ou barbeiragens, não tem jeito.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

quarta-feira, 8 de julho de 2020

RECADINHO DA QUARTA FEIRA A NOITE

Falar todo mundo fala. Opinião todo mundo tem. Vamos dar a nossa então, nesse espaço que é pequeno, aconchegante, mas é nosso! Umas palavrinhas sobre o GP da Aústria, as polêmicas envolvendo Lewis Hamilton, a boa estréia do brasileiro Felipe Drugovich na Formula 2 e o retorno de Fernando Alonso para a equipe Renault.


domingo, 5 de julho de 2020

GP DA ÁUSTRIA 2020 - A CORRIDA

Finalmente: após longos meses de espera e suspense a primeira largada da temporada 2020!

O pódio em tempos de pandemia!


Domingo a noite, horas após o término de uma corrida esquisita, com alto número de desistências, vale a pena   algumas poucas reflexões, subjetivas, claro, sobre o que vi. Em primeiro lugar a supremacia da Mercedes parece ter aumentado, causando até um certo constrangimento aparente por parte dos germânicos. Dominaram os treinos e, se não fosse a punição ao Hamilton teriam largado ambos na primeira fila. Tendo dito isso, Bottas fez uma corrida boa, dosando o ritmo como era necessário e conduziu seu carro à  meta sem sobressaltos.
Hamilton precisou trabalhar um pouco mais e, se na pista chegou em segundo, devido a outra punição ( em minha humilde opinião muito branda) caiu para quarto nos resultados finais. Alto número de carros foram ficando pelo caminho, começando por um dos favoritos à vitória, Max Verstappen cujo bólido apagou todos os sistemas. É a tal da eletrônica. Seu companheiro Albon vinha numa ótima corrida, sempre entre os primeiros, até que ao ultrapassar Hamilton por fora foi tocado e rodou, abandonando a prova subsequentemente. Com isso, um oportunista Charles Leclerc colocou uma Ferrari meia boca no segundo lugar. O terceiro foi certamente o piloto mais festejado do dia, Norris, que levou a Mclaren ao terceiro e merecido posto. Muito se escreveu e se tem escrito sobre esse piloto que parece destinado a continuar a saga dos britânicos campeões do mundo. Seu companheiro Sainz, aparentemente preterido pela equipe por estar de saída para a Ferrari (para a temporada 2021) foi um valente quinto lugar. Sergio Perez com a Racing Point rosa sempre dominou seu companheiro Stroll e acabou classificando-se num sexto lugar que poderia ter sido um terceiro ou quiçá segundo. A Racing Point aparentemente uma cópia descarada da Mercedes da temporada passada é uma força nesse mundial.Um discreto mas competente Pierre Gasly levou a Alpha Tauri a um sétimo lugar,seguido por Esteban Ocon que retornou de seu ano sabático a bordo da segunda Renault. Os respectivos companheiros, Ricciardo, Renault e Kivyat, Alpa Tauri, ficaram pelo caminho. Dois pontinhos Giovanizzi salvou para a Alfa Romeo, enquanto Kimi Raikkonen que nunca apareceu entre os primeiros perdeu uma roda num acidente bizarro para a Formula 1 atual e  o último pontinho foi conquistado por um opaco Sebastian Vettel, em seu último ano pela Ferrari. 
A prova não teve público devido as restrições da pandemia do COVID 19, e as equipes levaram um numero muito menor de integrantes para a corrida.
Polêmicas à parte, antes da prova uma cerimônia protagonizada por Hamilton em protesto anti racista marcou um momento até certo ponto constrangedor, onde ficou evidente que  a agenda do politicamente correto não combina com a Formula 1. Forçou demais. Outra boa nota do final de semana foi a vitória do piloto brasileiro Felipe Drugovich na segunda prova da Formula 2, começando sua trajetória  na categoria com o pé direito! Os dois outros brasileiros, Guilherme Samaia  e Pedro Piquet foram mais discretos. Semana que vem vem mais, no mesmo bat local e bat horário. Vamos ver se os erros serão corrigidos a tempo!

sexta-feira, 3 de julho de 2020

HABEMUS FORMULA 1 : FINALMENTE!

E não é que a Mercedes ficou bonita em preto?

As Mclarens podem surpreender!


Após uma longa (longa demais) pausa por causa da pandemia ainda em curso em muitos lugares, a Formula 1 finalmente vai iniciar sua temporada 2020. As equipes chegaram a ir para a Austrália no inicio de março, mas a corrida acabou não acontecendo para frustração de todos. Mas, pandemia ou não pandemia, eventualmente as corridas de Formula 1 voltaram. O prejuízo financeiro para a categoria ( e para todas as outras coisas do mundo) só é superado pelo prejuízo humano, a perda de quase meio milhão de vidas é coisa típica de tempo de guerra. Com tudo isso, o que importa para aqueles que gostam de automobilismo são as corridas, quando a luz vermelha se apaga e a baboseira termina.
À parte de todas essas coisas acontecendo, o mundo também está em meio às polêmicas geradas pelas manifestações anti racistas, e Lewis Hamilton decidiu que ser seis vezes (indo para sete) campeão mundial da Formula 1 e multi milionário não era suficiente. Ele precisava de uma causa. E que causa melhor e mais oportuna para ele, nesse momento que essa? Pois bem, nosso intrépido campeão se lançou de corpo patrocinado e alma idem contra o "sistema". E nessa cruzada encontrou apoio de vários setores, inclusive sua esquadra, a Mercedes, que pintou os carros de preto para apoiar seu maior piloto. Minha opinião sobre isso? Não importa.....vida que segue. É claro que o racismo é uma coisa horrível, detestável, que deve ser combatido sempre. Não nascemos racistas, basta ver as crianças numa creche....eles se socializam e brincam sem preocupações maiores. Aprendemos a ser racistas com o mesmo sistema que banca as benesses do senhor Hamilton. Mas, podemos desaprender, eu acho. E devemos.
Voltando a falar da corrida. Pelo primeiro treino livre, poucas coisas mudaram. A Mercedes continua com sua competência germânica intacta. Os demais correm atrás.As perspectivas são boas, no entanto, tem muito sangue novo querendo mostrar valor, Leclerc, Gasly, Albon, Sainz, Norris, Russell, essa molecada é rápida e competente. Ouso dizer que esse é um dos melhores grids de início de campeonato dos quais me lembro. Isso talvez, pelo uso dos simuladores e programas de condicionamento físico extremos usados pelos pilotos atuais. Não tem mais bobo nem amador na Formula 1. Pode haver pilotos pagantes, sempre houve, mas bobo, não.
Polêmicas à parte, mal posso esperar pela corrida de domingo. Nunca houve tanta expectativa para uma temporada como essa, pelos motivos expostos acima. E tem o Bernie papi de fora, tem o politicamente correto chato para cacete, tem os direitos, tem o bla bla bla.....e vamos que vamos!